Página inicial AméricaChile Roteiro na Ilha de Páscoa: o que fazer em 1 ou 2 dias de viagem [com mapas]

Roteiro na Ilha de Páscoa: o que fazer em 1 ou 2 dias de viagem [com mapas]

por Escolha Viajar
Moais do Ahu Tongariki vistos desde as encostas do vulcão Rano Raraku

Vai viajar e não sabe como montar seu roteiro na Ilha de Páscoa? Não se preocupe! Selecionamos as melhores atrações para 1 ou 2 dias de viagem a este que é o lugar mais isolado do mundo. Você saberá como chegar, onde ficar e o que fazer na Ilha de Páscoa passo a passo. Neste texto, você encontra ainda um mapa interativo no qual pode verificar onde ficam os pontos turísticos e os trajetos para chegar até eles.

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A Ilha de Páscoa é um território que pertence ao Chile, mas que está localizado a distantes 3.700 quilômetros de distância do continente, o que faz dela a última fronteira da América do Sul. Esta pequena porção de terra de origem vulcânica na verdade está localizada na Polinésia, e sua cultura e história não tem qualquer relação com os povos latinos. Mas, para chegar até ela, a maneira mais prática e rápida é pegando um voo desde Santiago do Chile.

As viagens aéreas são diretas e duram cinco horas e meia. Não há acesso de navio. E por qual motivo você deveria viajar para um local tão remoto? Por que em seus apenas 163,6 km² de área, a Ilha de Páscoa abriga quase 900 estátuas monumentais chamadas moais. Seu nome original é Rapa Nui, o mesmo do povo que habitou o local desde que as primeiras canoas polinésias chegaram a este longínquo ponto do globo terrestre por volta do ano 1000.

Sol se põe atrás de moai do complexo de Tahai

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

Lá, os rapanuis ergueram, entre os anos de 1100 e 1400, suas gigantescas estátuas de pedra vulcânica, algumas com mais de 10 metros de altura e pesando dezenas de toneladas. Elas eram fabricadas nas encostas do vulcão Rano Raraku e depois transportadas e erguidas sobre os ‘ahus’. ‘Ahus’ são as plataformas cerimoniais que formam cada conjunto de moais. Guerras tribais culminaram com a derrubada de quase todos eles no século XVII, mas alguns seguem erguidos contra o céu.

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É uma visão impressionante, que não se pode ter em nenhum outro lugar do planeta. Se isso não fosse suficiente, há ainda cavernas inusitadas, vulcões extintos, vilarejos sagrados, arte rupestre, petroglifos e até uma belíssima praia que denota que estamos muito perto dos mares do sul. Confira todas essas atrações incríveis no nosso roteiro na Ilha de Páscoa para quem tem um ou dois dias de viagem ao ‘umbigo do mundo’!

O que fazer na Ilha de Páscoa em 1 dia  → Ahu Tongariki, Rano Raraku (Fábrica de Moais), praia de Anakena, Ahu Akivi e pôr do sol na caverna Ana Kakenga
O que fazer na Ilha de Páscoa em 2 dias  → Ahu Tongariki, Rano Raraku (Fábrica de Moais), praia de Anakena, Ahu Akivi, pôr do sol na caverna Ana Kakenga, caverna Ana Kai Tangata, vulcão Rano Kau, sítio arqueológico de Orongo, snorkel nos motus Nui e Iti e pôr do sol em Tahai

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Roteiro na Ilha de Páscoa – Dia 1

Primeiro, devemos recomendar fortemente que você fique no mínimo dois dias na Ilha de Páscoa, e não apenas um. Há várias atrações para conhecer e, afinal de contas, não é sempre que você faz uma viagem ao lugar mais isolado do mundo. Aliás, se puder, fique três dias, para ver tudo com mais calma. Mas, se um dia é sua única opção, vamos descrever o qual o roteiro que você deve fazer nele. O ponto de partida é o vilarejo de Hanga Roa, o principal da ilha.

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É onde ficam o aeroporto e a grande maioria dos hotéis e pousadas. Aliás, não deixe de conferir nossa sugestão de onde ficar na Ilha de Páscoa e gastar pouco aqui. Para este primeiro dia de passeios, você vai precisar estar com um carro alugado. Isso pode ser arranjado junto à recepção do seu local de hospedagem ou nas agências de veículos que ficam no centrinho do vilarejo. Combine que ele seja entregue no dia anterior, pois você precisa sair MUITO cedo.

Muito mesmo, pelo menos 45 minutos antes do amanhecer. Não é preciso GPS, basta um mapa comum de papel porque a ilha é muito pequena. Mas você pode usar o do seu celular, se for o caso. Basta setar o rumo do Ahu Tongariki, localizado a 20 quilômetros de Hanga Roa. O trajeto de 35 minutos vai ter levar à maior plataforma de moais da ilha, com 200 metros de extensão. Hoje, ele é habitada por 15 dos imponentes 19 moais originais.

Céu se colore ao amanhecer nos moais do Ahu Tongariki

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

Você não precisa pagar ingresso individual para entrar em nenhum sítio arqueológico da Ilha de Páscoa. Quando desembarcar no aeroporto, você será direcionado a uma fila onde precisa comprar um ticket integral que dá acesso ao Parque Nacional Rapa Nui. Ele tem validade de 10 dias e o custo é salgado para estrangeiros: US$ 80. Depois, é só levá-lo com você em todos os passeios pela ilha e apresentá-lo se for solicitado. Voltemos ao Ahu Tongariki!

Logo atrás das estátuas, você poderá assistir ao espetáculo do nascer do sol. O céu se torna uma paleta de cores luminosas contra os corpos escuros dos moais. Depois que a luz se firma no céu, há mais coisas interessantes para ver na área do Tongariki. Existem entalhes rupestres no chão, como cascos de tartaruga, um moai tombado, ‘pukaos’ – ou chapéus de pedra – que não puderam ser colocados de volta na cabeça dos seus donos e um moai separado do grupo.

Moais inacabados espalhados pela encosta do vulcão Rano Raraku

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

Terminada a visita, você pode pegar o carro de novo para uma curta viagem de menos de 1 quilômetro até a encosta do vulcão Rano Raraku, também conhecida como Fábrica de Moais. O local funcionou como pedreira por mais de 500 anos e dela eram extraídos os blocos de rocha onde, ali mesmo, eram esculpidas as figuras dos moais. O panorama do lugar é impressionante, com dezenas de estátuas inacabadas emergindo ao redor da cratera.

Destaque para um exemplar de estátua na posição sentada – a única da ilha – e também um gigante de 21,6 metros de altura e 270 toneladas, o dobro do tamanho de qualquer outro moai, embora tenha sido deixado apenas parcialmente esculpido. Terminada a visita, é hora se seguir para o terceiro ponto do primeiro dia de roteiro pela Ilha de Páscoa: a exuberante praia de Anakena. A enseada fica a 11 quilômetros de distância, do outro lado da ilha.

Moais do Ahu Nao Nao com a praia de Anakena ao fundo

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

Logo na chegada você vai avistar o Ahu Nao Nao, que ainda exibe cinco de suas sete estátuas originais. Mas, por mais que seja fascinante contemplar essas estátuas gigantes, é preciso dizer que os moais não são a maior atração de Anakena. O visual ao redor demonstra que estamos muito mais perto dos mares do sul do que da América Latina: a areia é branca e o mar é azul fluorescente. Tudo emoldurado pelos moais e a sombra das palmeiras.

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Aproveite para almoçar neste local magnífico e descansar um pouco. Quando estiver pronto, volte para o carro e tome o rumo do Ahu Akivi, que fica a 17 quilômetros de distância. Este conjunto de moais não é o mais impressionante da ilha, mas atrai os turistas por ser o único que não está localizado no litoral e nem de costas para o Oceano Pacífico. Muito pelo contrário, as faces das sete estátuas estão diretamente voltadas para o mar.

Moais do Ahu Akivi

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

Este é o último ‘ahu’ do dia, sendo que a próxima parada do primeiro dia de roteiro pela Ilha de Páscoa é uma caverna. Pegue o carro e dirija mais 5 quilômetros até a Ana Kakenga. A estrada é apenas uma trilha de terra esburacada e é preciso ter cuidado. Se achar que não dá passagem em algum ponto, deixe o veículo e complete o trajeto a pé. Formada naturalmente no solo vulcânico, a caverna se tornou atrativo turístico por conta de suas ‘janelas’.

Isso mesmo, Ana Kakenga é uma caverna com vista para o mar! Achar a entrada não é tão fácil, já que é apenas um buraco no chão. Mas, assim que a caverna se alarga, é possível divisar as duas aberturas naturais na rocha, que se projetam em um penhasco sobre o Oceano Pacífico. Na da direita se avista a ilhota Motu Tautara, e na da esquerda, o pôr do sol. Admire-o e, depois, pegue o carro de volta para encerrar seu primeiro dia na Ilha de Páscoa!

Vista de uma das 'janelas' da caverna Ana Kakenga

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar


Roteiro na Ilha de Páscoa – Dia 2

Para o segundo dia de roteiro na Ilha de Páscoa você pode acordar em um horário normal, hehe. Mas faça isso com bastante disposição, pois todas as atrações de hoje serão acessadas a pé. Bem, quase todas. O ponto de partida do passeio é a praia Poko Poko, uma pequena enseada que fica bem no centro de Hanga Roa. Você vai pegar a sua esquerda e começar a caminhar pela beira-mar. Seu destino é a caverna Ana Kai Tanata, a 3,2 quilômetros de distância.

Em meio aos cerca de 40 minutos de caminhada, você vai passar pelo solitário Ahu Riata, que rende belas fotos. Quando chegar à placa indicando a Ana Kai Tanata, é só descer uma pequena escadaria em direção ao mar. Este era um local cerimonial de construção de embarcações que possivelmente estavam ligadas à lendária competição do Homem-Pássaro. O elo está nas pinturas rupestres que colorem as paredes da caverna, nas cores vermelho e amarelo escuro.

Pinturas rupestres nas paredes da caverna Ana Kai Tanata

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

Depois da visita, você pode continuar caminhando na mesma direção e, um pouco à frente, encontrará a trilha para a subida à cratera do extinto vulcão Rano Kau. Os quase 5 quilômetros levam cerca de uma hora para serem percorridos. Leve água e vá com calma, pois é uma subida, hehe. Mas lá no alto, você vai ter certeza de que a vista compensa! Quem tem dificuldades de locomoção ou apenas não gosta de andar, pode fazer o trajeto de cavalo ou bicicleta alugada.

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Uma vez tendo chegado ao mirante, o visual do Rano Kau é impressionante, sendo que parte traseira da parede da cratera ruiu, deixando o mar visível e coroando o cenário. No centro, há uma grande lagoa onde estão preservadas flora e fauna originais desta porção de terra. Descanse e aprecie o panorama. Depois, é hora de seguir mais um pouquinho pela mesma trilha – só mais 15 minutinhos de caminhada – até o sítio arqueológico de Orongo.

Vista da cratera do extinto vulcão Rano Kau

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

Era desta uma aldeia cerimonial sagrada que partiam os competidores do Homem-Pássaro. A disputa rapanui envolvia jovens representantes das 12 tribos da ilha, que se lançavam ao mar de um precipício de 250 metros para buscar o primeiro ovo do ano que o pássaro Manu Tara colocasse no Motu Nui, uma ilhota a duas horas de nado da costa! Orongo foi restaurada nos anos 1980 e suas dezenas de casinhas baixas e petroglifos viraram atração turística.

Lá do alto, é possível ter uma bela vista dos dois ‘motus’ – ou ilhotas – que ficam ao largo da costa. Além do Motu Nui, envolvido na competição do Homem-Pássaro, ficam logo ao lado os motus Iti e Kao Kao. Mas é mais incrível ainda ver os dois bem de perto e esse é o próximo passo do segundo dia de roteiro pela Ilha de Páscoa. Você deve voltar caminhando até o local onde avistou o Ahu Riata. É dali, da pequena enseada de Hanga Piko, que saem os passeios de barco.

Casinhas baixas de pedra do sítio arqueológico de Orongo

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

A caminhada de volta tem 7 quilômetros e leva cerca de 1h20, mas para baixo todo santo ajuda, hehe! Reserve o tour com antecedência, nas agências do centrinho ou no seu hotel, e esteja no píer no horário marcado (por volta das 16h seria o ideal para cumprir toda a programação até aqui). O custo era de US$ 15 em 2014. A vista é dos enormes penhascos que formam a ilha, com o verde da vegetação e o marrom da terra terminando abruptamente sobre o azul do Pacífico.

Na segunda parte do passeio, o barco vira e parte na direção dos motus, sendo possível vê-los bem de perto. Se o mar estiver calmo, quem não tiver medo de água fria pode fazer snorkel em meio à imensidão azul ao redor das ilhotas. De volta a Hanga Piko, resta a caminhada final de volta a Hanga Roa e rumo ao último ponto turístico do roteiro na Ilha de Páscoa. Depois de 30 minutos andando, você chegará ao complexo cerimonial de Tahai já no cair da tarde.

Motu Kao Kao visto durante passeio de barco

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

Este é o único ponto da ilha em que é possível ver o sol descer sobre as águas atrás dos moais. Tahai é formado por três ‘ahus’. O primeiro que se vê vindo de Hanga Roa é o Ahu Ko Te Riku, um moai muito bem preservado, com os olhos ainda nítidos e seu ‘pukao’ ereto sobre a cabeça. O segundo é o Ahu Vai Uri, uma plataforma com cinco moais. E o terceiro e mais importante é o Ahu Tahai, que tem mais de 4 metros de altura e é o mais antigo da ilha.

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Puxe uma esteira da mochila e sente na grama para apreciar o espetáculo do pôr do sol por trás dos moais. Ele desce bem no meio do Ahu Vai Uri e rende fotos belíssimas. E, assim, depois de dois dias de passeios incríveis você fecha com chave de ouro este roteiro pela Ilha de Páscoa. Para quem gosta de espetáculos mais turísticos, um bônus: é possível reservar a noite para assistir a um show de dança e culinária rapanui. Faça sua reserva com antecedência aqui.

Sol se põe atrás de moais do complexo de Tahai

Foto: Ticiana Giehl/Escolha Viajar

*** O Escolha Viajar esteve na Ilha de Páscoa em novembro/2014 ***

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