Que Portugal se tornou o destino queridinho de brasileiros e de turistas em geral mundo afora, não é nenhuma novidade. O número de visitantes estrangeiros cresceu 12 % em 2017 e alcançou um recorde de 12,7 milhões de pessoas, sendo 869 mil brasileiros. A porta de entrada de quase todo esse mar de gente é a capital, Lisboa, que por consequência acaba sendo a cidade mais visitada por quem vem de fora. Roteiros em Portugal que incluem apenas Lisboa e Porto ainda são frequentes, embora o país tenha muito mais a oferecer. Na verdade, ousamos dizer que a capital é o local menos interessantes que você vai conhecer em Portugal se decidir explorar as maravilhosas terras lusitanas com mais profundidade. Mas é claro que a cidade ainda vale o passeio. Para fazer um bom roteiro em Lisboa, recomendamos que você fique ao menos três dias.
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É um período de tempo suficiente para que você conheça os principais pontos turísticos da cidade sem necessidade de acordar muito cedo, dormir muito tarde e de estar sempre correndo de um local para o outro. Um bom roteiro em Lisboa inclui o centro histórico, o Castelo de São Jorge, os bairros Alto, Alfama e Belém. Quase todas as atrações são bem próximas umas das outras e podem ser percorridas a pé e de bonde elétrico. Apenas Belém fica a 7 quilômetros do centro, mas chega-se lá muito rapidamente de trem desde a Estação do Cais do Sodré. Nossa sugestão de roteiro tem ainda um ‘bônus extra’ que fica na região metropolitana e pouca gente conhece: o Palácio de Queluz, também facilmente acessível por trem a partir da Estação do Rossio. E cadê o dia para fazer um bate-volta até Sintra? Não tem.
Não porque não recomendamos um passeio tão rápido até lá. Trata-se de uma cidade belíssima e merece que você passe ao menos dois dias por lá conhecendo as inúmeras atrações da cidade e região (confira aqui sugestão de roteiro em Sintra). Mas agora é hora de focar na beleza da capital portuguesa, com seus charmosos bondes elétricos deslizando pelas partes altas e baixas da cidade, praças floridas, prédios históricos, ruelas antigas e labirínticas, um sem números de igrejas, restaurantes ao ar livre que são um convite para a comilança de iguarias portuguesas e noites regadas a muita boemia no Bairro Alto. Mas é claro que nem todo mundo tem três dias disponíveis, por isso, esse texto também serve para quem vai ficar apenas 24 ou 42 horas na cidade.
Nossa sugestão de roteiro em Lisboa traz no primeiro dias as atrações mais famosas da cidade que estão próximas umas das outras, as um pouco menos famosas no segundo e assim por diante. Por isso, se você tem apenas 24 horas para fazer a visita, sugerimos que siga as dicas que estão no ‘Dia 1’ e assim sucessivamente. Mas note que esta não é uma ordem obrigatória: você pode ler os três dias e escolher aquele ou aqueles que mais lhe interessam. Se o seu tempo é de apenas 24 horas, mas você curtiu mais o ‘Dia 3’, vá em frente sem medo. Confira o que fazer na cidade, onde comer e onde se hospedar neste roteiro em Lisboa de um, dois ou três dias – com mapas!
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Roteiro em Lisboa – Dia 1
O primeiro dia do roteiro em Lisboa será dedicado ao centro histórico e também ao Bairro Alto. O ponto de partida do passeio é a bela e arborizada Praça do Rossio, facilmente acessível a pé para quem está hospedado na região da Baixa-Chiado e para quem vem de metrô pela Estação do Rossio (linha Verde). Rodeada por gostosos cafés e padarias, esta praça tem sido o coração de Lisboa há mais de seis séculos. Nela, se destacam o calçamento de mosaico em forma de ondas – igual ao de Copacabana -, a estátua de Dom Pedro IV no centro, as fontes monumentais de ferro fundido nas laterias e o Teatro Nacional ao fundo. Depois que tiver visto tudo, siga até o fim da praça – na direção do teatro – e pegue a Rua 1º de Dezembro, à esquerda. Logo à sua esquerda, você verá o prédio neomanuelino da Estação do Rossio, com seus arcos em forma de ferradura.
É uma caminhada de apenas cinco minutos, até a esquina com a Calçada da Glória, também à esquerda. Aqui fica uma das estações do Ascensor da Glória, um funicular que vai te levar da Baixa até o Bairro Alto. A viagem dura apenas um ou dois minutos, mas é uma experiência divertida subir a bordo dos carros de 1885, hoje totalmente coloridos por grafites. O segredo aqui é ter um cartão de transporte Viva Viagem, pois com ele você vai pagar apenas 1,45 euros para subir. Se não tiver, o bilhete comprado a bordo custa 3,70 euros. Ele vale para ida e volta, mas não vamos voltar pelo mesmo caminho e não há meia tarifa. Assim que descer do ascensor, você verá na sua direita o Miradouro de São Pedro de Alcântara. Este mirante oferece belas vistas da parte leste da cidade, incluindo Castelo de São Jorge. Um mapa em azulejo colocado no terraço ajuda a localizar os marcos de Lisboa que podem ser admirado dali.
Depois de admirar a vista e, se quiser, dar um tempinho na praça sombreada, vamos seguir até as ruínas do Convento do Carmo em uma caminhada de menos de 10 minutos. Para chegar até ele, pegue a rua do miradouro, a São Pedro de Alcântara, para a sua esquerda. Ela vai mudar de nome para Rua da Misericórdia, mas é só seguir reto até a esquina com o Largo da Trindade, onde você vai entrar à esquerda. Na esquina seguinte – Rua Nova da Trindade – dobre à direita, e na seguinte – Rua Trindade -, vire à esquerda. Pouco mais de uma quadra adiante estará a Praça do Carmo, com sua bela fonte do século XVIII, e o convento do mesmo nome. O ingresso custa 4 euros, mas você não vai visitar uma casa religiosa tradicional. Tratam-se das ruínas da maior igreja que havia em Lisboa até o grande terremoto de 1755.
Ficaram de pé apenas as paredes laterais e os grandes arcos em estilo gótico, sendo que o teto desabou sobre os fieis que assistiam à missa. No fundo da igreja, onde antes ficava o santuário, hoje funciona um pequeno museu arqueológico. Saindo do convento, pegue a rua que sai pela lateral direita da igreja – Travessa Dom Pedro de Menezes. Você vai passar pelos arcos e chegar ao restaurante Bellalisa Elevador. Mas calma que ainda não é hora de almoçar! Nesse restaurante fica a entrada superior do Elevador de Santa Justa, onde há acesso para um mirante. A entrada custa 1,50 euros e dele você poderá descortinar belas vistas de Lisboa. À esquerda está à Praça do Rossio, à frente o Castelo de São Jorge, e à direita estão a Sé de Lisboa e o Rio Tejo. Para descer de volta à Baixa, existem duas opções. A primeira, obviamente, é pegar o elevador.
Se você tem o cartão Viva Viagem, vai pagar apenas 1,45 euros pela viagem. Se não, são dolorosos 5,15 euros pelo bilhete comprado a bordo, sendo que você estará pagando por ida e volta, mas usando só a ida. A segunda opção é voltar e sair para direita do Bellalisa, por onde você pode descer até entrar no Restaurante Miradouro dos Terraços do Carmo, a céu aberto e cheio de espreguiçadeiras com vista privilegiada. No fim desse restaurante há uma porta de elevador que te leva até o térreo do centro comercial que fica logo atrás do Santa Justa. Assim, você desce de graça. Uma vez lá em baixo, não deixe de admirar o exterior do elevador, inaugurado a 10 de julho de 1902. Trata-se de um trabalho do engenheiro Raoul Mesnier de Ponsard, discípulo de Gustave Eiffel. Sua estrutura em estilo neogótico é de ferro fundido, enriquecido com trabalhos em filigrana.
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Seguindo com o roteiro em Lisboa, pegue a rua que sai exatamente da frente do elevador – Rua de Santa Justa – e siga por ela até encontrar a esquina com a Rua Augusta, onde entrará à direita. Esta agitada via de pedestres é a principal e mais elegante do centro histórico, com suas largas calçadas de mosaicos. Aqui você encontra muitas lojas, restaurantes com mesas nas calçadas e artistas de rua. Agora sim é hora de fazer uma pausa para o almoço, basta escolher o local que mais lhe aprouver para fazer a refeição entre as inúmeras refeições. Matada a fome, é hora de seguir com o roteiro em Lisboa caminhando até o fim da via, onde fica o triunfal Arco da Rua Augusta. Ele foi construído em 1873 para celebrar a restauração da cidade depois do grande terremoto de 1755. Passando por ele e atravessando a rua, você chegará à ampla Praça do Comércio.
Essa imensa área abrigou o palácio real por 400 anos, até sua destruição no terremoto. O novo palácio foi erguido de forma diferenciada, sendo que os prédios sustentados por galerias com grandes arcadas ocuparam três lados do terreno, e não o centro. O quarto lado da praça é aberto para o Rio Tejo. No centro, fica a estátua de bronze de Rei José I. Para encerra esta parte do passeio, dirija-se para a margem, que nesta parte se chama Cais das Colunatas. Há uma praia minúscula e um píer de pedras onde é possível sentar, comprar um vinho ou uma cerveja e se preparar para uma das atrações da cidade: o pôr do sol no Tejo. Leve um casaco reforçado para aguentar o vento frio que sopra mesmo nos dias quentes de verão e aprecie o espetáculo. Depois, vá para o hotel tomar um banho e trocar de roupa para a segunda parte do primeiro dia do roteiro em Lisboa.
O ponto de partida será a Escultura de Fernando Pessoa, que fica bem em frente ao famoso Café A Brasileira (Rua Garret, 122). Quase todos os brasileiros que vão a Lisboa querem tirar uma foto com a réplica em bronze do autor. Mas a grande atração da noite é o labirinto de ruelas coalhadas de bares e restaurantes do bairro boêmio de Alto. O ‘bububu’ fica mais ou menos entre a Rua da Misericórdia, Rua do Loreto, Rua da Rosa e a Travessa da Queimada. Você pode circular a vontade e escolher qualquer lugar para comer e beber, mas vamos também dar duas sugestões para esta primeira noite. Uma delas é o Pub Português, que fica na Rua da Barroca 15. Para chegar até ele saindo do Fernando Pessoa, é só seguir até a esquina e dobrar à direita e esquerda para pegar o Largo do Chiado. Na próxima esquina, entre á direita da Rua da Misericórdia. Entre na segunda à esquerda – Travessa da Espera – e ande quatro quadras até a esquina com a Barroca, à esquerda.
No Pub Português você encontra boas cervejas e comida no estilo petisco servidas em panelinhas de ferro e que são uma delícia. Você pode encerrar a noite aqui mesmo ou fazer como os lisboetas, que depois de comer saem de bar em bar, bebendo uma sangria aqui, um vinho ali, até cansar. Um dos lugares mais baratos para fazer isso é o Bar Oitonove, que fica no número 89 da mesma rua. É um local agitado e muito procurado por jovens exatamente pelos seus bons preços. Assim como na maioria dos bares do Alto, o espaço interno é mínimo e nada agradável. A pedida é buscar sua bebida e ficar degustando na rua mesmo, como todo mundo faz. Recomendamos a sangria de espumante. Depois, sim, é hora de voltar para o hotel em definitivo e encerrar o seu primeiro dia de roteiro em Lisboa com um merecido descanso!
Roteiro em Lisboa – Dia 2
O segundo dia do roteiro em Lisboa começa no Cais do Sodré, a estação de trem que fica bem próxima da Praça do Comércio. Nela, você vai pegar o trem para Belém. Os comboios saem a cada 20 ou 30 minutos dependendo do horário e a passagem custa 1,30 euros. O destino final dos vagões é a praia de Cascais, mas você vai desembarcar muito antes. Basta passar as estações Santos, Alcântara-Mar e a seguinte já será Belém. É neste bairro a 7 quilômetros do centro e à beira do Rio Tejo, que estão localizadas algumas das principais atrações turísticas da cidade. A começar pela primeira parada deste segundo dia de roteiro em Portugal, que será o incrível Mosteiro dos Jerônimos. Para chegar até ele, basta sair da estação para o lado contrário do rio. Siga pela avenida por mais alguns metros e você verá um parque à sua direita.
É o Afonso de Albuquerque, e você deve atravessá-lo até o outro lado. Você vai sair na Rua de Belém e ir para a esquerda. Cerca de 500 metros adiante, do outro lado da rua, avistará toda a imponência da fachada do mosteiro. O prédio foi encomendado em 1501 pelo Rei Manuel I e é considerado o ponto alto da arquitetura manuelina. Marco da Era dos Descobrimentos, que elevou Portugal à categoria de ‘dono’ da metade do mundo, sua construção foi em grande parte financiada pelas riquezas geradas pelo comércio de ouro e especiarias vindos das colônias. A visita pode ser feita em duas partes. Na primeira, vamos conhecer na Igreja de Santa Maria Belém, cuja entrada é gratuita. Procure as placas que sinalizam a fila para o templo e espere a sua vez.
Você vai se impressionar logo de cara com a imensa nave da igreja, cuja abóboda é sustentada por seis imensos pilares que a erguem a 30 metros de altura. Logo na entrada também se encontram os túmulos de Vasco da Gama (sob o coro esquerdo) e de Luís de Camões (sob o coro direito), ambos do século XIX. Mais ao fundo da igreja, no braço direito do transepto, está a sepultura vazia do lendário Dom Sebastião. O jovem rei nunca voltou de uma batalha em 1578 e foi esperado pelo povo português durante anos e anos, na esperança de que seu retorno salvasse o país. Encerrada a visita ao templo, é hora de voltar às filas e desta vez seguir as placas para o mosteiro propriamente dito. Aqui é preciso pagar uma entrada de 10 euros. A grande atração desta parte da visita é sem dúvida o claustro de dois andares, todo decorado com a profusão de símbolos e desenhos intrincados característicos do estilo manuelinos.
Mas também é possível visitar o antigo refeitório dos monges, os confessionários, a Sala do Capítulo, a sacristia e o coro alto da igreja, de onde se tem uma bela visão da parte superior da nave. Como você deve ter percebido, não se trata de uma visita curta! Por isso, se já estiver com fome, recomendamos que escolha um dos restaurantes da Rua de Belém para fazer sua refeição. Ou compre um lanche nas inúmeras padarias locais e leve para a Praça do Império, que fica logo em frente ao mosteiro, para fazer um piquenique. A praça é cheia de canteiros floridos, fontes e um grande chafariz bem no centro. Vale a visita durante o almoço ou depois dele. Mas, antes de seguir para a próxima parada do segundo dia de roteiro em Lisboa, existe mais um lugar na Rua de Belém onde você deve ir.
Trata-se da Pasteis de Belém, a loja original do século XIX cuja receita única deste doce típico português o tornou uma iguaria famosa no mundo todo. A padaria funciona no número 84-92 e costuma ter filas quilométricas na frente. Se você quiser entrar e comer sentado no salão, vai precisar de uma bela dose de paciência. Mas é claro que o sabor dos pastéis acompanhado de um bom café sempre vale a pena. Quem prefere apreciar o seu ao ar livre, vai descobrir que a fila da compra para pronta entrega é longa, mas muito, muito rápida. Os pasteis de Belém estão sempre crocantes, fresquinhos e são acompanhados de sachets de açúcar e canela. Uma delícia inigualável que sai por apenas 2 euros a unidade! Você pode levar para comer na Praça do Império ou mesmo na próxima atração do passeio, que é a famosa Torre de Belém.
Para chegar até ela, é só pegar a Rua de Belém, passar pelo mosteiro, pela praça e seguir reto até encontrar a esquina com a Rua Praia do Bom Sucesso, onde você deve entrar às esquerda. Um pouco mais adiante, vai virar novamente à esquerda na Travessa da Saudade, que vai te levar até uma passarela onde cruzar por cima da Avenida da Índia. Deste ponto você já terá avistado uma grande área verde na sua direita, e a torre lá na beira do Rio Tejo. A caminhada toda dura menos de 20 minutos (1,3 quilômetros). Mas não vá direto para a fila na entrada da torre, que costuma ser enooooooorme. Procure pelo quiosque que vende ingressos ali na área verde mesmo, a alguns metros de distância. Costuma estar vazio e o preço é o mesmo: 6 euros. Depois disso, sim, pode entrar neste que talvez seja o maior símbolo e cartão-postal da cidade.
A Torre de Belém foi construída estrategicamente na margem norte do Rio Tejo para a defesa de Lisboa. Erguida entre 1514 e 1520, é outra das jóias arquitetônicas do reinado de Dom Manuel I. Do lado de fora, os destaques são as sacadas trabalhadas, as torres de vigia em estilo mourisco e as ameias em forma de escudo. Do lado de dentro, ela é menor e menos impressionante do que seu exterior promete. Destaque para a estátua de Nossa Senhora do Bom Retorno, no pátio, e para as vistas que se descortinam do terraço da torre. Depois da visita, é hora de partir para a última parada em Belém do roteiro em Lisboa. Trata-se do Padrão dos Descobrimentos, um impressionante monumento de 52 metros de altura erguido também às margens do Tejo em homenagem ao Rei Henrique, o navegador, e outros personagens que impulsionaram as navegações.
Para chegar até ele, basta voltar em direção ao mosteiro, mas pela beira do rio. Basta contornar a marina e seguir reto por menos 1 quilômetro. Você verá o monumento desde a torre, não há como perder. Erguido em 1960, ele tem a forma de uma caravela em cuja proa está Henrique, com uma pequena caravela nas mãos. Atrás dele, dos dois lados, estão estátuas de pedra de outros grandes nome da era dos descobrimentos portuguesa, como Fernão de Magalhães, Vasco da Gama, Camões e o nosso velho conhecido Pedro Álvares Cabral. Na área atrás do monumento, é possível admirar no chão um enorme mosaico que retrata uma bússola antiga. Tudo compõe um conjunto impressionante e que fica ainda mais admirável na hora do pôr do sol, quando a pedra branca do Padrão parece se colorir de rosa junto com o céu e o Tejo.
Aqui se encerra o passeio em Belém, é só seguir reto pela Avenida da Índia e você chegará de volta à Estação Belém de trem. Hora de voltar ao hotel para um bom banho e uma relaxada antes de voltar ao Bairro Alto para mais uma noite de boemia portuguesa. Desta vez, nossa recomendação para o jantar é o Primavera do Jerónimo, um minúsculo e delicioso restaurante bem português que fica na mesma Travessa da Espera por onde passamos na noite anterior (número 34). A cerveja não é das mais geladas, então peça vinho. Para comer, deixamos de sugestão a alheira com ovo e batatas fritas. Depois, você já sabe: faça como os portugueses e vá beber um copo em cada bar que achar interessante. A noite só termina quando você quiser, mas lembre-se que ainda tem muita perna para bater no terceiro dia de roteiro em Lisboa!
Roteiro em Lisboa – Dia 3
O terceiro dia de roteiro em Lisboa será o mais longo e mais cansativo, pois ainda há muita coisa interessante para ver na cidade! Então levante cedinho, vá para a Estação do Rossio e pegue o primeiro trem que puder para Queluz, na região metropolitana. Os comboios tem como destino final a cidade de Sintra, mas você vai descer bem antes, na Estação Queluz-Belas. São menos de 20 minutos de viagem e a passagem custa 1,60 euros. Uma vez na estação, saia pelo lado direito e pegue a Avenida António Ennes. Quatro quadras à frente, ela vai virar Avenida da República. É só seguir reto e reto até dar de cara com a primeira atração do último dia de roteiro em Lisboa: o Palácio de Queluz. A caminhada totaliza 1 quilômetro e pode ser feita em menos de 15 minutos.
Depois de passar por um longo período de abandono, Queluz saiu da rota do turismo de massa que hoje toma conta de Portugal. O que quer dizer que pouquíssimas pessoas estarão disputando espaço com para conhecer este lugar belíssimo e hoje já praticamente todo restaurado! O ingresso custa 10 euros para o palácio + jardins. Antigamente um pavilhão de caça, o prédio foi convertido em 1747 em um refúgio de verão para a família real portuguesa no estilo rococó. Entre os personagens conhecidos por nós, brasileiros, que viveram lá, estão Dona Maria I, a Louca, Dom João VI e Dom Pedro I. Fica em Queluz, aliás, o quarto onde nosso primeiro imperador nasceu e morreu. O aposento é lindo de chorar no cantinho, com um teto em forma de abóbada, paredes cobertas de pinturas e chão de madeiras exóticas.
Por dentro destacam-se ainda o Corredor de Azulejos, a Sala dos embaixadores e a suntuosa Sala do Trono. Por fora, os jardins do palácio seguem o estilo formal francês e são decorados com canteiros simétricos floridos, estátuas e muitas fontes. Depois de conhecer esta joia escondida, você pode voltar para Lisboa pelo mesmo caminho que veio. Uma vez desembarcado no Rossio, saia da estação, atravesse a praça do mesmo nome e pegue a Rua da Betesga. Logo à frente, na Praça da Figueira, você verá um ponto de bonde elétrico. Pare ali e espere o de número 28. Pode usar o cartão Viva Viagem para pagar a passagem ou comprar a bordo, mas aí sai por 2,90 euros o trecho. Desça no Largo das Portas do Sol e procure pela placa que indica o início do caminho para o Castelo de São Jorge, através do Beco do Maldonado.
Muitos turistas estarão indo para lá, então não tem como errar. São cerca de 250 metros de ruelas labirínticas até chegar ao Arco do Castelo, onde fica a bilheteria. O ingresso custa 8,50 euros. Logo após passar pela entrada, você estará no Bairro do Castelo, onde os moradores mantém lojinhas fofas e vivem em casas antigas, com fachadas descascadas, vasos de plantas nas janelas e roupas estendidas nos varais. Vale perder algum tempo passeando por elas e tirando fotos. Depois, pode subir para a área do castelo propriamente dito. Esta cidadela fortificada foi construída no alto da colina durante o período de dominação árabe na Península Ibérica, tendo sido tomada dos mouros na reconquista de Lisboa, em 1147. O Rei Afonso Henriques transformou o antigo castelo na residência da família real portuguesa, que ali viveu por mais de 500 anos.
Depois do terremoto de 1755, a fortaleza ficou em ruínas e acabou abandonada. Seu restauro aconteceu apenas na década de 1930, quando os muros medievais foram acrescidos de jardins e voltaram a atrair moradores e visitantes para as redondezas. São esses jardins que você verá primeiro, junto ao terraço onde ainda estão dispostos os antigos canhões e de onde se descortinam belíssimas vistas da capital portuguesa. Em seguida, você pode visitar o castelo, que na verdade é pequeno e não muito impressionante para quem já viu outras fortalezas medievais ou mesmo o Castelo dos Mouros, em Sintra. Mas o passeio pelo alto das ameias é sempre divertidos. Encerrada a visita a São Jorge, volte pelo mesmo caminho de onde veio para fazer uma pausa para o almoço no Portas do Sol.
O largo tem um quiosque com mesinhas ao ar livre e um mirante com vista para o Tejo. É o lugar ideal para tomar uma cervejinha gelada, comer um lanche e recuperar as forças antes de iniciar a descida em direção à Alfama. É só seguir pela rua que vai para baixo que, logo em frente e à esquerda, estará o Miradouro de Santa Luzia, que vale mais uma rápida parada para fotos sob a pérgola branca coberta por flores. Depois é só continuar indo reto ladeira abaixo, literalmente, para chegar à próxima atração do roteiro em Lisboa: a Sé. São cinco minutos de caminhada pela Rua do Limoeiro, que vai virar Rua Augusto Rosa, e você verá o imponente edifício de pedra à sua esquerda. O mesmo Rei Afonso Henriques a mandou construir, em 1150, para ser a sede do episcopado da capital. O prédio original foi duramente atingido por nada menos do que quatro terremotos, e muito do que se vê hoje dele é reconstrução.
Por dentro, a nave é bastante obscura e despida de atrativos. Por fora, suas torres em estilo românico servem como pano de fundo perfeito para fotos com os bondes elétricos que descem desde o castelo e seguem em direção à Praça do Comércio. E se você é devoto de Santo Antônio, este roteiro em Lisboa tem uma atração especial. Poucos metros à frente da catedral, ainda no Largo da Sé, se encontra, à sua direita, a Igreja de Santo Antônio à Sé. Trata-se nada mais, nada menos do que o templo construído onde se acredita que ficava a casa onde ele nasceu. A igreja em si é relativamente nova e não muito bonita, então se você não tem interesse em fazer uma oração ao santo casamenteiro, pode pular essa parte do roteiro. Se for, entre no corredor à esquerda e desça até a cripta, que foi tudo o que restou do templo original e onde se encontra o relicário de Santo Antônio.
Hora de seguir para a última parte diurna do roteiro em Lisboa. Saia da igreja para a esquerda, atravesse a rua e pegue a Travessa de Santo Antônio da Sé. Ela faz uma curva à esquerda e outra à direita até chegar na Rua Canastras, onde você entra à esquerda, e então à direita na próxima esquina – Rua Arco Portas do Mar – e à esquerda na seguinte – Rua dos Bacalhoeiros. No número 10 fica a Casa dos Bicos, uma curiosa residência de 1523 com sua fachada recoberta por pedras em forma de bicos. A partir daqui, vamos iniciar uma caminhada pelo Bairro da Alfama sem guia de ruas. Isso porque o gostoso deste bairro tão tradicional – localizado entre o castelo e o Rio Tejo – é exatamente se perder por ele! Seu traçado muito antigo, ainda do tempo dos mouros, resultou em um emaranhado sem fim de ruelas coloridas por prédios e casas com flores nas janelas e roupas estendidas em varais suspensos.
Entre o sobe e desce pelas escadarias pela colina abaixo e acima, pipocam pequenos restaurantes típicos, padarias, casas de fado e bares. No mapa mais abaixo, deixamos uma sugestão de trajeto que vai até o Miradouro de São Estêvão, mas sinta-se livre para percorrer Alfama da forma como lhe aprouver e até os pés cansarem. Depois disso, volte para o hotel para aquele banho e um pouco de descanso antes de voltar ao Alto. É claro que não poderíamos deixar o bairro boêmio de fora da última noite do roteiro em Lisboa! A sugestão hoje é um jantar não tão típico de Portugal, mas muito gostoso. O Restaurante Cabaças oferece um cardápio de carnes que você mesmo cozinha na pedra quente que eles levam para a sua mesa. É tão gostoso que, mesmo no calor escaldante do verão português, vale a pena experimentar. O Cabaças fica muito perto do Café A Brasileira, na Rua das Gáveas 8. E o roteiro em Lisboa termina por aqui, a noite no Alto é sua para aproveitar como quiser!
Roteiro em Lisboa – Onde se hospedar
Depois de ler este roteiro, você deve ter percebido que o melhor lugar onde ficar em Lisboa é o centro histórico, certo? Parece até difícil de acreditar, mas você pode se hospedar nesta região da capital portuguesa por menos de US$ 55 por noite para o casal. E não em um canto obscuro, mas em plena Rua Augusta, a mais popular via de turistas da capital portuguesa, a poucos passos de dezenas de restaurantes, lojas, da Praça do Comércio, Praça do Rossio, Elevador de Santa Justa etc. Sem falar que você estará a apenas três quadras da Estação Baixa-Chiado do metrô, o que torna muito simples e prático o transporte para qualquer outra parte da cidade, inclusive o aeroporto.
Quem atende todos esses requisitos é o Lisbon Riverview Hostel que, apesar do nome, não é um hostel e sim uma guest house. O alojamento funciona em um antigo prédio comercial, onde ocupa dois andares que não são conectados – cada hóspede tem a chave do seu andar. Há quatro ou cinco quartos em cada andar, uma cozinha, sala de estar e banheiros que são compartilhados por todos. A pequena recepção funciona das 8h às 22h. Não há nenhum serviço de refeições, nem café da manhã, mas você pode comprar o que quiser no mercado e armazenar na cozinha. O acesso à internet WiFi é gratuito. Os quartos da guest house são de tamanho excelente e tem janelões enormes com vista para a Rua Augusta.
Você vai acordar com a campainha dos bondes e ir dormir com o burburinho dos turistas passando a caminho dos seus hotéis. O mobiliário das habitações é básico, criado-mudo e guarda-roupa, mas as camas são grandes e muito confortáveis. Não há ar-condicionado, apenas ventilador. A limpeza do andar é feita uma vez por dia e achamos tudo em ótimas condições de higiene. As diárias partem de US$ 54 para o quarto duplo e de US$ 65 para acomodar três pessoas. Não há banheiros privativos, apenas compartilhados. Nossa única ressalva é que os boxes são muito pequenos e é difícil tomar banho sem lavar o cabelo. Gostou da Lisbon Riverview? Clique aqui e faça sua reserva! Quer ver opções de hospedagem em outras cidades? Confira nosso post completo sobre onde ficar em Portugal.
*** O Escolha Viajar esteve em Portugal em setembro/outubro de 2017 ***