O Atacama, localizado no extremo norte do Chile, é o deserto mais árido e alto do mundo, a 2.400 metros do nível do mar. Dois fatores que, por si só, já o tornariam uma atração turística. Mas o Atacama não é um deserto como os que costumamos ver nos filmes e fotos, com dunas amarelas a perder de vista, oásis, beduínos e camelos. A região que o circunda é uma mina de ouro de pontos turísticos, que formam um dos conjuntos de paisagens mais surreais do mundo. Entre eles, vales que lembram a Lua e o Inferno, uma lagoa mais salgada que o Mar Morto, pedras vermelhas, bandos de vicunhas e um pôr do sol matador. Ou seja, há muito o que fazer no Atacama!
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A cidade-base para conhecer o deserto é San Pedro do Atacama, um pequeno vilarejo de casas baixas de barro e uma única rua principal de onde partem diariamente vários tours pela região. O ‘pacote’ padrão inclui os passeios para os vales da Lua e da Morte, gêiseres Del Tatio, Laguna Cejar e Lagunas Altiplânicas + Salar do Atacama. Quem compra os quatro na mesma agência costuma ganhar um bom desconto.
Mas há outros, menos populares, como o Vale do Arco-Íris, o Salar de Tara, o observatório astronômico (o Atacama é considerado um dos melhores lugares do mundo para observar estrelas), escalada ao vulcão Licancabur e as Piedras Rojas. Este último com certeza é o lugar mais bonito em toda a região e, o melhor de tudo, é que está quase sempre vazio!
Se você quiser cumprir o roteiro completo de tudo o que fazer no Atacama, precisa reservar pelo menos cinco dias na cidade e rezar por uma noite de céu limpo, pois quando está nublado os tours astronômicos são cancelados. Cada um dos passeios custa entre 8.000 e 35.000 pesos chilenos (US$ 11,5 e US$ 50), fora as taxas de entrada.
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A alternativa aos tours é alugar um veículo 4X4 e rezar para o GPS não deixar você na mão no meio do deserto, mas o custo também é alto. Aliás, nada é barato por lá, mas há tanto o que fazer no Atacama que esta viagem vale cada centavo que você conseguir economizar. Conheça a seguir as principais atrações do deserto e saiba o que fazer no Atacama:
O que fazer no Atacama – Vales da Lua e da Morte
Os vales da Lua e da Morte são as atrações mais famosas do Atacama e as mais próximas da cidade de San Pedro. Quem tiver preparo físico e disposição para encarar a baixíssima umidade do ar, pode fazer o trajeto até eles de bicicleta. O Vale da Lua é o maior e é preciso pagar uma entrada de 3.500 pesos chilenos (US$ 5).
Os tours partem de San Pedro às 16h e param em diversas atrações: a formação rochosa conhecida como ‘Três Marias’, as cavernas, uma caminhada pela paisagem lunar passando pelo Anfiteatro – outra formação – e a subida da Duna Mayor (na foto). Nas noites de lua cheia, há passeios noturnos também.
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Depois da escalada à Duna Mayor, todos voltam aos ônibus para uma curta viagem ao Vale da Morte, que fica logo ao lado. O lugar ficou assim conhecido devido ao massacre de uma revolta local contra os colonizadores espanhóis. Este vale não é tão grande nem tão impressionante como o vizinho da Lua, e a parada por ali não costuma durar mais do que 15 minutos para algumas fotos. Nenhum ingresso é cobrado. Feito isso, todos voltam ao ônibus e seguem para uma segunda entrada do Vale da Lua, onde é feita novamente a verificação do ingresso (pago no momento da chegada).
Neste setor do Vale da Lua fica a famosa ‘Pedra do Coiote’, uma rocha pontiaguda que se projeta sobre o penhasco e o vale lá embaixo. Para tirar uma foto sobre ela, com o sol descendo ao fundo, a fila e a espera podem ser longas e decepcionantes. Isso porque as pessoas ficam contra a luz e acabam não passando de um borrão escuro na imagem.
Se você tirar a foto pelo outro lado, com o sol favorável, ficará muito melhor. Depois, é só relaxar e assistir ao incrível pôr do sol no deserto. Não deixe de dar uma espiada para o lado oposto, onde ficam a Cordilheira dos Andes e, em destaque, o vulcão Licancabur. Eles costumam ser pintados de tons inacreditáveis de vermelho e rosa enquanto o sol cai no horizonte.
O que fazer no Atacama – Laguna Cejar
O tour até a Laguna Cejar é outro dos mais populares do Atacama. Isso porque ninguém quer perder a oportunidade de boiar em suas águas, cuja concentração de sal é superior à do Mar Morto. Como viajar até Israel e a Jordânia não é tão fácil quanto ao Chile, a lagoa costuma ficar lotadinha de turistas em busca da inusitada experiência de não conseguir afundar.
Os passeios até a laguna saem de San Pedro às 16h para percorrer os 30 quilômetros que separam os dois lugares. Para entrar na laguna, é preciso pagar uma entrada de 17.000 pesos chilenos (US$ 24,5). O ticket dá direito ao banho salgado na lagoa e ao banho gelado de água doce nos chuveiros ao ar livre. Há também toiletes e cabines para trocar de roupa à disposição.
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A laguna é dividida em dois braços, sendo o primeiro bastante raso e o segundo, mais profundo (não é possível ver o chão). Se quiser tirar fotos sem uma multidão nadando ao seu redor, espere cerca de 20 minutos para entrar na laguna. Como a água é gelada, as pessoas não aguentam muito tempo dentro. Entre ‘de ré’ e faça um movimento como se fosse sentar na água. Assim, você não corre o risco de molhar os olhos, o que pode ser muito dolorido devido à alta concentração de sal na água.
Depois que fizer suas fotos com a lagoa vazia, corra para o chuveiro de água doce ou você não suportará sua própria pele quando o sal secar. Sem falar que suas roupas serão destruídas. O passeio à Laguna Cejar inclui ainda um rápido mergulho em outros dois lagos, conhecidos como ‘Ojos de Salar’, e assistir ao pôr do sol com um drinque de pisco sour às margens da Laguna Tebinquiche.
O que fazer no Atacama – Salar do Atacama
O passeio ao Salar do Atacama costuma ser vendido em conjunto com o das Lagunas Altiplânicas, pois ambos estão distantes da cidade. O lugar tem uma área de 3.000 quilômetros quadrados, sendo um dos maiores salares do mundo, e fica a 55 quilômetros de San Pedro do Atacama, na Reserva Nacional dos Flamingos. A entrada custa 2.000 pesos chilenos (US$ 3).
O centro de visitantes fica na camada de sal propriamente dita, logo ao lado da famosa Laguna Chaxa, um paraíso para os admiradores de flamingos e outras espécies de aves que dão o ar da graça em um dos ambientes mais secos do planeta. Há banheiros, mas nada pra vender, então garanta seu estoque de água antes de ir para lá.
Partindo do centro de visitantes do Salar do Atacama, existe um caminho principal e várias trilhas secundárias que contemplam a lagoa lotada de flamingos. Para fotografá-los em sua melhor forma, é bom ter uma câmera com zoom ou lente 75mm-300mm, pois eles não costumam ficar muito próximos das pessoas, principalmente quando há uma grande concentração de turistas.
A visão destas aves elegantes, vestidas de tons de rosa que variam do suave ao choque, refletidas nas águas das lagoas é magnífica. As montanhas ao fundo são a moldura perfeita para o cenário. Em dias de muito sol, algo nada raro no deserto, leve protetor solar para repassar a cada duas horas. Não esqueça de pôr embaixo do pescoço, pois o sal reflete a luz e queima de baixo para cima.
O que fazer no Atacama – Piedras Rojas
O passeio até as Piedras Rojas estranhamente é um dos menos populares do Atacama e é preciso garimpar quais as agências que sairão para lá nos dias em que você estiver viajando. O tour pode ser combinado com as Lagunas Altiplânicas, que ficam logo ao lado, e com o Salar de Tara, localizado já no caminho de volta para San Pedro.
Quem opta por este tour completo parte da cidade às 6h30 para encarar os 110 quilômetros de distância, em direção à fronteira com a Argentina, com uma parada para o café da manhã. As Piedras Rojas, ou pedras vermelhas, com certeza são a paisagem mais bonita e surreal entre tudo o que fazer no Atacama.
A cor deriva da grande concentração de ferro oxidado no local, que não é um parque nem nada parecido com uma propriedade, mas apenas um amontado de rochas a 4.000 metros de altitude. Complementam o cenário uma lagoa e as montanhas ao fundo. E você ainda vê tudo em dobro, refletido na superfície praticamente imóvel da água. Um lugar ideal para tirar aquelas divertidas fotos em perspectiva, em que uma pessoa ‘segura’ as outras na mão, como no Salar do Uyuni. Quem viajar nos meses mais frios pode ainda ver o lago congelado.
O que fazer no Atacama – Lagunas Altiplânicas
As Lagunas Altiplânicas compõem um dos quatro tours tradicionais do deserto do Atacama, embora estejam localizadas a 110 quilômetros de San Pedro, já quase na fonteira com a Argentina. O passeio normalmente é seguido por uma visita ao Salar do Atacama, reduto de flamingos, e pode ainda ser combinado com uma ida às Piedras Rojas, que ficam logo ao lado.
Quem opta por esse tour completo tem que deixar a cidade às 6h30, tomar café da manhã na estrada e estar preparado para a mudança de altitude. Se o Atacama já faz algumas pessoas passarem mal com seus 2.400 metros, imagine as lagunas, que estão a cerca de 4.200. Os sintomas costumam ser dor de cabeça e dificuldade para respirar, podendo evoluir para náuseas e vômitos. O frio lá em cima também pode ser de lascar, então leve roupas quentes, de preferência um casaco corta-vento.
No caminho até as lagunas a paisagem muda completamente, e o deserto vermelho dá lugar a montanhas cobertas de vegetação rasteira de um tom amarelo queimado. É nelas que é possível avistar animais como lobos e, principalmente, bandos de vicunhas, a prima não domesticada da lhama. Chegando às lagunas, que pertencem à Reserva Nacional dos Flamingos, é preciso pagar uma entrada de 3.000 pesos chilenos (US$ 4,5).
Elas se chamam Miscanti e Miñiques, sendo a primeira a maior e mais bonita. Você pode caminhar pelas trilhas que levam de uma até a outra, mas não consegue chegar muito perto delas. Assim, o melhor ponto para as fotos acaba sendo de cima mesmo: do local onde ficam os toiletes para a primeira lagoa, e do mirante onde param os carros para a segunda.
*** O Escolha Viajar esteve no Atacama em dezembro de 2015 ***