No primeiro dia de viagem a um lugar novo a gente sempre fica meio perdido, não é mesmo? Sem saber o que fazer, onde comer, como reservar os passeios etc. Ainda mais quando é um lugar menos famoso e mais distante, sobre o qual não há muita coisa para pesquisar na internet. Foi assim que nos sentimos ao chegar a Alter do Chão, nos confins do Pará. Sabíamos que estávamos no Caribe Amazônico, uma das praias mais linda do Brasil, mas não tínhamos muita noção de como explorar o lugar. Afinal, o que fazer em Alter do Chão? Para deixar esta pergunta respondida para os próximos viajantes, elaboramos um roteiro dizendo exatamente o que fazer em Alter do Chão para quem tem 1, 2, 3, 4 ou 5 dias de viagem!
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Como estamos falando de uma praia – ou melhor, de uma dúzia de praias! – o ideal é que todo viajante pudesse passar pelo menos uma semana lá. Assim, há tempo de fazer os passeios turísticos e, depois, ainda relaxar nas areias banhadas pelas águas do Rio Tapajós. Mas sabemos que a maioria das pessoas viaja com o tempo super contado e que quer aproveitar ao máximo cada segundo antes de voltar para casa. Por isso, elaboramos opções para quem tem só 24 horas, ou 48, ou 72 etc.
Tentamos colocar as atrações mais legais e próximas no primeiro dia, as legais mas um pouco mais distantes no segundo e assim por diante. É claro que são apenas sugestões, sendo que você pode escolher os dias que mais lhe agradarem e montar o seu próprio roteiro, na ordem que bem entender. Afinal, quem escolhe o que fazer em Alter do Chão é você! E como você vai fazer para organizar os passeios? É muito simples.
A maioria das pousadas e hotéis marca para você ou te passa o telefone de um barqueiro para quem eles já costumam repassar os hóspedes. É só chegar na recepção e pedir. Se esse não for o caso do seu hotel ou pousada, também não há motivo para pânico. Basta ir até a orla e procurar pelo píer da Associação de Turismo Fluvial de Alter do Chão (Atufa). É dele que saem todos os barcos de passeio ou transporte de turistas, e você pode chegar e negociar seu tour com qualquer barqueiro devidamente uniformizado sem nenhum problema.
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Mas vamos deixar aqui o contato de um barqueiro e guia sensacional. O índio Pitó não só te leva aos locais como tem muitas histórias e cultura da sua tribo para contar e mostrar. Junto com ele, você vai caminhar na floresta, comer formiga, tomar água de cipó, nadar no igarapé alagado e muito mais. Um profissional sensacional e que recomendamos de coração: (93) 99111-7567 ou (93) 99212-7567. E quanto custam os passeios? Não há uma tabela de preços estabelecida, mas os valores não costumam variar muito de barqueiro para barqueiro.
O que encarece ou barateia o custo é a distância e o número de pessoas que estarão a bordo. Os barcos são do tipo lancha e costumam levar no máximo seis pessoas cada. Você pode optar por fechar a embarcação apenas para o seu grupo ou deixar que o barqueiro ofereça os assentos vagos para outros turistas de forma a completar a lotação e baratear o passeio para todos. Para que você tenha uma ideia dos custos ao planejar o que fazer em Alter do Chão, os três principais tours custam mais ou menos entre R$ 250 e R$ 400 por barco.
O que fazer em Alter do Chão – Dia 1
Se você só tem um dia para curtir a cidade, não há nada melhor o que fazer em Alter do Chão do que curtir a incrível Ilha do Amor. Ela fica localizada bem em frente à orla, então não é preciso nenhum tour de barco para visitá-la. Basta procurar pela placa da Associação dos Catraeiros e pegar um barco a remo para fazer a travessia. A lotação é quatro passageiros e cada trecho custa R$ 5 reais. Não leva mais que dois minutos para chegar até a ilha, que não é exatamente uma ilha.
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Trata-se de um braço de areia bem estreito que divide o Lago Verde, à direita, e o Rio Tapajós, à esquerda. Quanto mais baixo o nível do rio e do lago, maior a ilha fica. Em novembro, auge da estação seca, é possível atravessar a pé desde a cidade, com água indo até o nível das coxas. Recomendamos que você chegue cedinho, enquanto o calor ainda não é sufocantes, para fazer uma trilha antes de aproveitar o dia de praia.
É a trilha da Serra da Piraoca. Para chegar ao começo dela, é preciso caminhar toda extensão da praia pelo lado esquerdo. Você vai ver uma placa indicando o início da caminhada. São cerca de 30 minutos para ir e mais 30 para voltar, sendo que a maior parte da trilha é plana, mas o trecho final é de subida íngreme em meio às pedras. Lá do alto da Piraoca, você vai descortinar belas vistas da Ilha do Amor e de outras praias próximas, como a Ponta do Cururu.
De volta à praia, é hora de relaxar, pois o dia será apenas de praia e gastronomia. Você pode escolher entre ficar na faixa de areia voltada para o Lago Verde ou na voltada para o Tapajós. Quase todo mundo fica no Lago Verde, porque é onde venta mais para ajudar a refrescar o calor e também onde a cor da água é mais bonita. Tanto que todos os bares são voltados para esse lado da ilha. O lado do Tapajós é popular apenas no fim de tarde, pois é dele que se tem vista para o pôr do sol.
Durante a semana, apenas um bar funciona na Ilha do Amor, mas nos finais de semana e feriados, há pelo menos uma dúzia deles para escolher onde sentar e comer – se quiser, se não é só levar a canga e o isopor e aproveitar tudo de graça. Os preços são todos tabelados, então pode focar sua escolha na localização do bar e no cheirinho da comida. Nossa recomendação: vá até o último que estiver funcionando, pois quanto mais longe da ponta da ilha, menos cheios eles ficam.
Os cardápios também são quase todos iguais, com algum prato ou petisco diferenciado aqui e ali. Tudo à base de peixe, é claro. Uma porção de isca de arraia sai por R$ 25, de bolinho de piracuí por R$ 15, isca de peixe e charutinho por R$ 20. A cerveja 600 ml custa sempre R$ 8. Almoços completos para família também estão disponíveis. O uso das cadeiras e guarda-sóis dos bares é livre mediante consumo.
E essa é a pedida para aproveitar seu primeiro – ou único – dia em Alter do Chão: comer, beber, relaxar ao sol (ou à sombra, já que o calor nessa parte do mundo é de matar), nadar muito nas águas sempre mornas, calmas e limpas. Quem gosta de um pouco mais de atividade, pode alugar caiaques, stand up padle ou dar uma volta de banana boat. E, no fim da tarde, migrar de lado da ilha para assistir ao incrível pôr do sol nas águas do Rio Tapajós.
À noite, sua barriga com certeza vai estar pedindo mais da deliciosa culinária do norte. Para saciá-la, o programa é sempre ir à praça central da cidade, onde se concentram os restaurantes, lancherias e barraquinhas de comida. Mas não espere muitas opções, pois a cidade é super pequena! Escolha a sua e sente para aproveitar o frescor da noite, normalmente embalado por alguma apresentação de música ao vivo.
Nas sextas e sábado, ainda é possível prolongar um pouco – ou bem mais – a noite, pois há mais o que fazer em Alter do Chão. Sexta é dia do ‘Canto do Chorinho’ na lanchonete Dona Glória, que fica a apenas duas quadras da praça, para trás da igreja. O grupo toca música brasileira instrumental e a rua fecha de tanta gente que aparece para cantar e dançar. Mas a música encerra pontualmente à meia-noite, para não atormentar a vizinhança.
Já o sábado é dia de Carimbó no Espaço Alter do Chão, que fica no fim da orla. O Carimbó é um ritmo musical amazônico e também um tipo dança de roda de origem indígena, típico da região paraense. Para ouvir a banda e dançar, é preciso pagar uma entrada de R$ 20. Quem quiser fazer uma imersão total na cultura local pode até mesmo alugar as roupas típicas que se usa para dançar o ritmo. É diversão sem hora para acabar, até o sol raiar!
O que fazer em Alter do Chão – Dia 2
Você tem dois dias para curtir no Caribe Amazônico? Ótimo, com certeza há muito mais o que fazer em Alter do Chão além da Ilha do Amor. Nossa sugestão é que você embarque no tour popularmente chamado de Lago Verde. O roteiro pode variar um pouco de barqueiro para barqueiro, mas normalmente ele envolve o Igarapé do Camarão e o Igarapé do Macaco, ambos no Lago Verde; almoço e tarde na Praia do Pindobal, Ponta do Caxambu e pôr do sol na Ponta do Muretá. Este passeio custa por volta de R$ 250 o barco.
Se você estiver viajando na época de cheia do Rio Tapajós – o que não é muito comum, já que a maioria dos turistas prefere visitar Alter na estação seca para poder visitar as praias -, os igarapés do Camarão e do Macaco são substituídos pela Floresta Encantada. É um trecho da floresta amazônica que fica dentro do Lago Verde e por é possível navegar de barco, pois ela fica alagada com as chuvas de dezembro e julho. No restante do ano não é possível fazer o passeio.
Presumindo que você vai viajar na época da seca, entre agosto e novembro, vamos falar deste roteiro. O passeio parte do píer da Atufa, na orla de Alter, e adentra o Lago Verde. A primeira parada é o Igarapé do Camarão. Normalmente, apenas se nada e faz fotos, mas quem contratar como guia o índio Pitó fará uma caminhada pela floresta. Ele mostra a extração do látex das seringueiras, frutas, árvores e alguns truques indígenas, como o repelente de formiga, a água de cipó, artesanato com folhas e até mesmo petisco de formiga.
A próxima parada do tour é o Igarapé do Macaco. Novamente, Pitó faz a diferença. Ele te leva para nadar não só no igarapé como dentro da floresta alagada! Você pode se pendurar nos cipós, mergulhar entre as árvores ou simplesmente boiar no meio da Amazônia. É uma experiência fantástica e única. Depois da ‘natação na floresta’, como Pitó chama esta parte do passeio, o barco sai do Lago Verde e começa a navegar para o sul. O destino é a Praia de Pindobal, que fica a uns 30 minutos de navegação.
Pindobal é uma das praias de Alter do Chão mais famosas e disputadas por turistas, sendo o ponto de parada para o almoço dos tours pelo Lago Verde. O lugar oferece infraestrutura básica para o turista: ao longo da faixa de areias douradas, cerca de uma dúzia de restaurantes instalou barracas de palha e cadeiras para acomodar os visitantes enquanto fazem sua refeição ou bebericam cerveja gelada. Básico, sim, mas lindo de morrer.
Assim como na Ilha do Amor , os preços são tabelados e os cardápios, muito parecidos: isca de arraia sai por R$ 25, de bolinho de piracuí por R$ 15, isca de peixe e charutinho por R$ 20. A cerveja 600 ml custa sempre R$ 8 e normalmente vem num isopor com seis, para que você beba quantas quiser sem o garçom tenha que ficar indo e vindo. Não precisa nem se preocupar com qual restaurante escolher, pois normalmente o barqueiro já é fechado com um deles e vai deixar você lá.
Depois de encher a pança e matar a cede, você terá algumas horas para aproveitar Pindobal. A praia é ampla, reta e fica numa parte em que a outra margem do Tapajós se perde de vista, parecendo mais mar do que rio. Aproveite para admirar a vista sem fim esticado em uma espreguiçadeira. Por volta as 16h, o guia vai buscar você para continuar o passeio. A navegação agora é para o norte, já na direção de retorno para Alter.
O barco vai devagar, parando em algumas pontas e prainhas, até chegar à Ponta do Caxambu. Trata-se de uma semi-baía que termina em um banco de areia e vai se enveredando pelo rio na medida em que a seca avança. As areias são brancas e a vegetação, rasteira. Há ainda um belo lago logo atrás das árvores, a poucos metros da praia. A parada é de cerca de 10 minutos, apenas para uma caminhada rápida e algumas fotos.
De volta ao barco, são apenas mais cinco minutos para chega ao ponto final do passeio: a Ponta do Muretá. É uma praia quase idêntica à anterior, mas o banco de areia que avança pelo rio é maior e o lago, menos bonito que o do Caxambu. É aqui que a magia do pôr do sol no Tapajós acontece. Um espetáculo lindo de chorar no cantinho. Depois, é hora de voltar, mas sem tristeza. Como você leu no ‘dia 1’, sempre há o que fazer em Alter do Chão em uma noite gostosa.
O que fazer em Alter do Chão – Dia 3
Tem três dias para fazer a viagem? Só melhora, pois ainda há sim muita coisa para ver e o que fazer em Alter do Chão. Nossa sugestão é que você embarque no tour normalmente chamado de Ponta de Pedras. Esse passeio pode variar um pouco, conforme as suas preferência. Se houver interesse, é possível começar o dia cedinho, às 8h, e cruzar o Tapajós em direção ao Canal do Jari. Lá, é possível visitar a comunidade local e admirar plantas como a Vitória Régia e animais como a preguiça.
Se optar por ir ao canal, o passeio fica R$ 100 mais caro. Outra opção é incluir o famoso restaurante Casa do Saulo no tour. O local é comandado por um chef famoso e fica em um local com vista privilegiada. Essa opção encarece o passeio em R$ 50 e foi a que fizemos, deixando o Jari para uma próxima vista a Alter (no total, o preço do barco ficou em R$ 400). O tour parte do píer da Atufa e navega o Tapajós para o norte. A primeira parada acontece cerca de 15 minutos depois, no Lago Piranha.
O lago em si é escuro e sinistro, mas o trecho de praia é muito bonito e rende boas fotos. A próxima parada do passeio é a Ponta do Cururu. É nela que normalmente se assiste ao pôr do sol, mas essa primeira passagem é para dar uma voltinha na areia ainda deserta e admirar a paisagem em plena luz do dia. Esta belíssima praia é uma semi-baía, cuja extensão na época de seca pode chegar aos 2 quilômetros.
Isso porque a ponta de areia avança sobre o rio na medida em que o nível das águas baixa. A areia é totalmente dourada e adornada por vegetação alta, luxuriante. Seguindo viagem para o norte, a próxima parada é a Lagoa do Jacaré. Ao contrário da Piranha, esta sim é muito bonita e conta com uma faixa de areia muito branca e fofa. A praia também é bem legal. Depois da visita e fotos, é hora de sentar no barco e relaxar, pois o trajeto até a Casa do Saulo é longo.
Reza a lenda local que Saulo, um chef de cozinha famoso, cansou da vida na cidade grande e comprou um terreno na paradisíaca praia de Carapanari. Lá, construiu uma casa com imensos terraços e vistas infinitas para o Tapajós, onde montou um restaurante. O lugar é bonito e o preço, segundo nos disseram, honesto. Não comemos por lá porque tínhamos interesse em almoçar na beira da praia mesmo, mais ao estilo petisco e cerveja.
No cardápio, pratos à base de peixe, macaxeira e banana-da-terra, entre outros itens da deliciosa culinária paraense. A Casa do Saulo é o ponto mais ao norte do passeio. Depois dele, o barco começa a voltar para o sul, já na direção de Alter do Chão. A próxima parada é na Ponta de Pedras, uma praia com infraestrutura bem semelhante à de Pindobal. Mas a paisagem é diferente. No fim do banco de areia que emerge do rio e forma a praia na seca, há uma série de rochas.
Daí o nome, Ponta de Pedras. Ao longo da faixa de areias douradas, cerca de uma dúzia de restaurantes instalou guarda-sóis de palha e cadeiras para acomodar os visitantes enquanto fazem sua refeição ou apenas bebericam cerveja gelada com os pés nas águas mornas do Tapajós. Para quem prefere sentar à mesa, há barracões também cobertos de palha que abrigam famílias inteirinhas. Assim como na Ilha do Amor e Pindobal, os preços são tabelados e os cardápios, muito parecidos.
Isca de arraia sai por R$ 25, de bolinho de piracuí por R$ 15, isca de peixe e charutinho por R$ 20. A cerveja 600 ml custa sempre R$ 8 e normalmente vem num isopor com seis, para que você beba quantas quiser sem o garçom tenha que ficar indo e vindo. A praia não é tão bonita quanto outras em Alter, mas passar a tarde lá entre petiscos, bebida e mergulhos refrescantes é uma delícia. Depois de Ponta de Pedras, o barco vai voltar um pouco para o norte.
O destino é o Lago Preto, ou Lago do Taparí, que fica logo ao lado. A grande atração do lugar é a água preta, mas transparente, e que fica translúcida e azul nos horários em que o sol bate em cheio. Além disso, a prainha de areia branca e fofa é um super convite para relaxar por alguns momentos, entre um banho e outro nas águas mornas e lotadas de peixes. Tanto que nosso guia, o índio Pitó, pescou alguns com seu arpão antes de partirmos.
Por fim, com o fim da tarde se aproximando, é hora de voltar para a Ponta do Cururu e admirar aquele pôr do sol no Tapajós que você já conhece, mas que nunca deixa de impressionar e emocionar. Se o banco de areia estiver muito lotado de barcos e turistas, vá para a baía à esquerda, de onde terá a mesmíssima vista com muito mais sossego. O passeio termina aqui, mas a noite pode continuar, como você já leu lá no ‘dia 1’ de o que fazer em Alter do Chão.
O que fazer em Alter do Chão – Dia 4
Quatro dias de viagem disponíveis? Você é um sortudo, pois esse é o número mínimo para quem quiser zerar a lista de o que fazer em Alter do Chão. Você vai ter que acordar mais cedo e voltar a usar camiseta de manga e tênis para fazer o popular tour da Flona. Flona é a sigla para Floresta Nacional, um tipo de área de preservação ambiental brasileira. A Flona do Tapajós é famosa entre amantes da natureza, mochileiros e europeus por promover uma trilha em plena floresta Amazônica.
E não só nas bordinhas, como você terá visto se fez o tour do Lago Verde, mas na mata fechada. Os tours para a Flona saem às 8h do píer da Atufa e são os mais caros de Alter. O barco custa por volta de R$ 400 e ainda é preciso pagar mais R$ 100 para o guia nativo que vai levar você e no máximo mais quatro pessoas pela trilha. Se houver mais de cinco pessoas no grupo é preciso pagar outro guia. O trajeto de lancha até a Flona é bem longo: cerca de 40 minutos de barco para o sul.
Atenção ao fato de que existem duas comunidades na Flona, sendo quem em cada uma é possível fazer uma trilha distinta. E os barqueiros não costumam avisar isso! Na comunidade Maguari, a caminhada é de 16 quilômetros pela floresta e leva você até uma gigantesca árvore Sumaúma, conhecida como ‘Sumaúma Vovó’. Ela tem mais de 1.000 anos e é necessário 30 pessoas de mãos dadas para conseguir dar a volta no tronco.
Já a comunidade Jamaraquá é a mais popular entre os turistas e para onde os barqueiros normalmente levam todos os desavisados. Dela, parte a Trilha do Piquiá, que tem pouco menos de 10 quilômetros de extensão e leva você até uma Sumaúma um pouco menor do que a Vovó. Ela tem cerca de 200 anos e precisa de ‘apenas’ 18 pessoas de mãos dadas para conseguir dar a volta na circunferência do tronco.
Ao longo da trilha, o guia vai mostrar muitos outros tipos de árvores, cipós e frutas da floresta, como o Escorrega Macaco, o Breu-Branco, a Seringueira e muito mais. A Sumaúma só aparece lá pelo quilômetro 7, mas é uma visão que impressiona mesmo que você já esteja muito cansado. A caminhada em si é quase toda plana, com um pouco de subida íngreme e de descida no mesmo nível na volta, mas o calor abafado deixa a gente à beira da exaustão.
Não deixe de vestir roupas leves e confortáveis, levar muita água, capa de chuva e repelente. Alguns guias dizem para vestir calça comprida, mas não é necessário. Aliás, é quase um pecado no meio de tanto calor! É claro que a visão da Sumaúma compensa cada gota de suor, mesmo não sendo a Vovó. Depois dela, você pode optar por iniciar o retorno para a comunidade ou estender a caminhada por mais uma hora e ir se refrescar no Igarapé do Jamaraquá.
Não fomos até ele porque a previsão era de muita chuva durante o nosso passeio e ela desabou a valer mesmo nos dois quilômetros finais. De volta à comunidade, você pode optar por almoçar com os índios que vivem no local – custo extra de R$ 20 por pessoa – ou deixar terra e voltar para a água. Preferimos seguir viagem porque, mais uma vez, nossa ideia era petiscar à beira do Tapajós em alguma praia, não sentar em um restaurante.
Mas a comida do restaurante de Jamaraquá é famosa e muito elogiada. O tour continua já navegando em direção ao norte, no caminho de volta para Alter. O barco faz parada para fotos na sensacional Praia de Maguari, que é um imenso banco de areia que se ergue em meio às águas do rio como se fosse uma ponte branca. Nossas fotos não fazem jus à beleza do local pois, como dissemos, estava chovendo bastante desde o fim da caminhada na floresta.
A próxima parada é na Praia de Aramanai, onde aproveitamos os restaurantes e a boa infraestrutura local para fazer um belo almoço do jeito que mais gostamos, como os pés na areia e aquela vista do rio. Os preços das comidas e bebidas não são tão tabelados quanto nas praias mais próximas de Alter, mas ficam bem próximos e ainda são muito bons. De Aramanai, o barco segue para a Praia de Cajutuba para mais uma parada rápida para fotos. E por, fim, o tradicional pôr do sol na Ponta do Muretá.
Assim termina o passeio da Flona e também os tours ‘obrigatórios’ para conhecer tudo o que fazer em Alter do Chão de melhor e mais bonito. Então, se você está com tempo de férias contado, quatro dias é o suficiente. Mas, se quiser relaxar e aproveitar melhor as belezas que viu só de passagem até aqui, não deixe de ficar mais um ou dois dias. Ficamos seis e todos foram sensacionais. Aproveite e confira aqui nossa sugestão de hospedagem econômica em Alter.
O que fazer em Alter do Chão – Dia 5
Tem cinco dias para aproveitar no Caribe Amazônico? Ótimo! Agora que você já conhece as atrações ‘obrigatórias’ da cidade e região, é hora de poder escolher o que fazer em Alter do Chão. Dedique seu quinto dia a montar um passeio personalizado para curtir o dia nas praias ou lugares que mais gostou. Quer nossa sugestão? Vá até o píer da Atufa e negocie um barco para passar a manhã na Ponta do Cururu e a tarde (e pôr do sol) na Ponta do Muretá.
Como são duas praias relativamente próximas de Alter, o preço apenas para o transporte sai bem em conta – fechamos o nosso em R$ 180 para três pessoas. Além disso, peça para usar o isopor do barqueiro, já que são dois lugares sem qualquer tipo de infraestrutura turística. Depois, é só passar no mercado e comprar tudo o que você gostaria de levar para uma ilha, quer dizer, praia deserta. Outra coisa boa é que não é preciso madrugar para fazer este passeio.
Saindo às 11h já dá para aproveitar muito bem o dia. Só não esqueça de levar proteção contra a chuva, tanto para você quanto para as suas coisas, pois não há abrigo. Comece o dia indo para a Ponta do Cururu. São cerca de 20 minutos de viagem desde o píer da Atufa. Como a maioria dos tours só passa lá no fim da tarde, para o pôr do sol, ela costuma ficar deliciosamente vazia durante o restante do dia.
Ao mesmo tempo, é uma praia super bonita, que não merecia ser visitada apenas ao entardecer. Estenda sua canga, pegue petiscos e cerveja no isopor e aproveite a sombra das árvores, as areias douradas e os mergulhos refrescantes no Tapajós. Combine com o barqueiro para que ele busque você por volta das 15h, 15h30, para seguir com o passeio. São cerca de 30 minutos de barco entre a Ponta do Cururu e a Ponta do Muretá.
Talvez você encontre já um ou outro barco por perto quando chegar à praia, já que o fim da tarde está se aproximando e, com ela, os barcos de turismo em busca do pôr do sol. Mesmo assim, é bem provável que você ainda tenha uma ou duas horas de pleno sossego para aproveitar o Muretá. Não deixe de dar uma volta para ver o lago que fica logo atrás da primeira linha de árvores. Se tiver sorte, você pode conseguir vem alguns botos cor de rosa nadando bem perto da margem!
Se a muvuca se instalar perto do entardecer, não se desespere. Arraste sua canga e seu isopor para a baía que fica à esquerda. Todos os barcos se apinham na ponta propriamente dita, e você poderá ficar a uma boa distância deles sem perder o espetáculo do disco de ouro do sol descendo nas águas mágicas do Tapajós. Consegue pensar em algo melhor o que fazer em Alter do Chão para encerrar seu roteiro de viagem? Garanto que não!
*** O Escolha Viajar esteve em Alter do Chão (PA) em setembro de 2018 ***