CLIMA: localizada a mais de 1.500 metros de altitude, Monte Verde tem a tradição de ser uma cidade turística de inverno, embora muitas de suas atrações – como caminhadas e cachoeiras – pareçam até mais interessantes no verão. Esta última estação é de calor ameno e dias chuvosos, com temperaturas médias que não passam dos 19,5°C, podendo cair bastante à noite. Já os invernos são frios e secos, marcados pela formação de geadas e por temperaturas negativas. Os termômetros ficam em torno dos 12°C em média, com máximas de 18,8° C e mínimas de 5,5° C.
COMO CHEGAR: de São Paulo (166 km), pega-se a Rodovia Fernão Dias até Camanducaia. Após entrar na cidade, siga as placas por mais 30 km até Monte Verde. Do Rio de Janeiro (541 km), o caminho é feito pela Dutra até a altura de Jacareí, de onde toma-se a Rodovia D. Pedro I (SP-065) até Atibaia. Então é só entrar à direita na Fernão Dias e seguir os mesmo passos do trajeto paulista. De Belo Horizonte (483 km), basta entrar Fernão Dias, rumo a São Paulo, e ir sempre em frente até a cidade de Camanducaia. Para chegar de ônibus, é possível sair de São Paulo pela Viação Cambuí e ir para Camanducaia, onde se pega um carro local até Monte Verde. A Viação Cometa opera a linha de Belo Horizonte até São Paulo, parando em Cambuí ou Camanducaia, e a Viação Gontijo vai até a primeira, sendo sempre necessário fazer a baldeação até Monte Verde.
HOSPEDAGEM: chalés rústicos para até cinco pessoas ou suítes equipadas com lareiras potentes são o cartão de visitas da simples e adorável A Casinha Pequenina. Único lugar que encontramos na cidade que não cobrava os olhos da cara por um fim de semana no inverno, também fica pertinho do centro e dos principais restaurantes. E o dono ainda nos recebeu às 2h, tendo que levantar da cama quentinha porque ficamos presos em um engarrafamento para sair de São Paulo. Para quem não exige luxos, é o lugar ideal para ficar em Monte Verde.
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COMO SE LOCOMOVER:
Carro – totalmente necessário, pois não há transporte público para os pontos turísticos. Além disso, muitas pousadas ficam fora da cidade.
Táxi – são tão raros que só vimos um na cidade. Melhor só contar em caso de necessidade.
Transporte público – não vimos transporte público, apenas os trenzinhos que fazem city tour e saem da rua central.
A pé – apenas para andar no centro e fazer as trilhas, mas é impossível depender apenas desse meio de transporte.
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ROTEIRO:
Dia 1 – sábado, 15/06/2013
Seguindo as indicações do dono da pousada onde estávamos, escolhemos começar nosso reconhecimento de Monte Verde pelo Platô, um ‘terraço’ de pedra no meio das montanhas e o mais baixo dos quatro picos da região. Pegamos a trilha a partir da Avenida Mantiqueira, que também é o ponto de partida para o Pico do Selado, o que se mostrou um grande erro. O caminho, descrito como fácil pelos guias de turismo, se revelou uma subida íngreme de quase 40 minutos. Descobrimos, só depois, que estávamos na trilha secundária, sendo que a outra sai da Avenida das Montanhas – acesso às Pedras Redonda, Partida e ao Chapéu do Bispo. Com as pernas bambas, chegamos ao chamado ‘mirante’, uma parte de rocha nua onde é possível se esticar e recuperar da caminhada, mas que não tem uma grande vista. Em seguida, são mais alguns minutos por uma trilha mal sinalizada – tivemos que seguir outras pessoas para encontrá-la – para chegar ao Platô. Ali sim a paisagem é bonita, especialmente quando as nuvens passam abaixo de onde você está, a 1.990 metros de altura. O calor do sol a pino não permite que a altitude deixe o lugar frio e é gostoso sentar nas pedras mornas.
Depois de descer e acabar com o que havia sobrado das minhas coxas, a pedida é tomar uma gelada acompanhada de salgados no Café Platô, que fica na entrada da trilha. Dali ainda tentamos ver pôr do sol no aeroporto da cidade, o mais alto do Brasil, conforme dica lida nos sites obre a cidade. Mas o entardecer romântico acabou ficando só na intenção, pois chegando ao local encontramos apenas a pista de terra e alguns hangares fechados. Mais tarde descobrimos que o mirante do local fica mais adiante, no fim da rua, mas nenhuma placa sinalizava isso. Fica para a próxima visita. Só nos restava cair na noite. Escolhemos o Café Pinhão, embora lotado, pelo ambiente agitado, música ao vivo, atendentes solícitos e fumegantes braseiros que nos aqueceram mesmo sentados do lado de fora. Os preços são altos, mas dentro do praticado nas cidades turísticas de serra. E o fondue estava delicioso! Ainda compramos um vinho fabricado na região para fechar com chave de ouro: bebendo na frente da lareira, bem quentinhos na nossa pousada!
Dia 2 – domingo, 16/06/2013
Dedicamos boa parte do nosso segundo dia para conhecer umas das atrações da cidade… que não fica na cidade! Isso mesmo, a Cachoeira dos Pretos está em todos os guias de Monte Verde, mas fica distante 32 km, já em São Paulo. Saindo do município, basta seguir a placa que indica Joanópolis, cerca de 10 km depois do pórtico de entrada. Mas se você não estiver em um carro adequado a estradas de chão, se prepare para uma viagem longa, pois o caminho tem trechos muito esburacados e mal cuidados, podendo levar uma hora para chegar lá. A alternativa é alugar um veículo 4X4, o que é feito por muitos grupos de turistas com que cruzamos no caminho. O resultado com certeza vale a pena, é possível avistar a queda de 170 metros – a mais alta do estado – ainda longe na estrada que, além disso, proporciona vistas maravilhosas da região das Serras Verdes de Minas. No parque que circunda a cachoeira há restaurantes, lojinhas e lanchonetes. Tudo é muito bem cuidados, com caminhos e pontes de madeira para facilitar o acesso em meio às corredeiras. Embora fique distante do ponto máximo onde se pode chegar, a queda rende belíssimas fotos e até um banho para quem tiver coragem de encarar a água fria. A multidão apinhada nas pedras que ficam de frente para ela não dão o clima de sossego que a beleza natural merecia, mas ainda é possível sentar por algum tempo e molhar os pés.
De volta a Monte Verde, não tínhamos mais muito tempo de luz do dia (no inverno escurece às 17h30) disponível para fazer passeios longos. Por isso escolhemos subir a Pedra Redonda, cuja trilha é a mais curta e fácil das quatro mais altas da cadeia de montanhas da cidade. Subindo pela Avenida das Montanhas, é só deixar o carro no estacionamento do restaurante panorâmico StarBar (especializado em truta e que se intitula o mais alto do Brasil) e seguir a sinalização. A caminhada dura cerca de 30 minutos, com paradas no mirante para bater fotos e para respirar no último trecho, quando o caminho fica bem íngreme. Você chegará a uma formação rochosa a 1.990 m de altura, com vista para a cidade por um lado e para a região de Campos do Jordão pelo outro. A dica é subir no horário do pôr do sol, como nós fizemos. Além de evitar multidões na trilha estreita, você possivelmente estará sozinho apreciando o astro se deitar por trás do Pico do Selado e vendo as montanhas serem envoltas na névoa noturna. Um momento lindo em que as Serras Verdes se tornam azuis. Mas só é possível fazer isso em caminhos montanhosos de fácil acesso como esse, pois após o entardecer a luminosidade some rapidamente na época mais fria do ano e percorremos os últimos cinco minutos na volta aos tropeços, totalmente no escuro (nossa experiência com o pôr do sol nas montanhas não acabou tão bem em Gonçalves, leia aqui!). Assim como a montanha, a cidade já estava esvaziada de turistas, e aproveitamos para escolher um bom restaurante para jantar. Acabamos no Trás os Montes, um restaurante português, mas que oferece comida mineira também. Meu prato de Tutu estava meio frio, mas o tamanho é generoso e serviu bem para recuperar as energias de depois de um dia tão agitado. Ainda nos despedimos de Monte Verde tomando um chocolate quente com Amarula na única chocolateria aberta naquela noite gelada de domingo.