Quer visitar a Ferrovia do Trigo e seus famosos viadutos, mas não sabe como? Não se preocupe! Neste texto, vamos explicar passo a passo onde eles ficam, como chegar, onde se hospedar e quando visitá-los (clima) – tudo acompanhado de mapa te orientar. A Ferrovia do Trigo fica no Rio Grande do Sul e virou atração turística por cruzar montanhas cobertas de mata nativa, vales profundos e cachoeiras ao longo de 26 viadutos e 34 túneis!
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Seu nome oficial é EF-491 e ela interliga os terminais ferroviários de carga das cidades gaúchas de Roca Sales e Passo Fundo. No total, são 152 quilômetros de extensão. O trecho inicial passa pelo Vale do Rio Taquari e, a partir do município de Muçum, inicia a subida da serra em direção a Guaporé. A parte mais bonita e turística fica entre Vespasiano Corrêa e Dois Lajeados. Repleta de túneis e viadutos, ela proporciona vistas cinematográficas aos visitantes!
O maior, mais famoso e mais impressionante deles é o Viaduto do Exército, mais conhecido como Viaduto 13. Com 509 metros de comprimento e 143 de altura, é o maior viaduto ferroviário da América Latina e um dos mais altos do mundo. Outros destaques são os viadutos 11, Pesseguinho, Dois Lajeados e Mula Preta. Alguns deles são vazados e cruzá-los a pé pode ser um desafio e tanto pois enxergamos o chão centenas de metros abaixo através dos trilhos!
Mas falaremos melhor dos viadutos mais adiante no texto. A Ferrovia do Trigo foi inaugurada em 7 de dezembro de 1978 pelo presidente Ernesto Geisel e era considerada uma grande façanha de engenharia. Naquela época, operava com uma linha regular de trem de passageiros entre Passo Fundo e Porto Alegre. Atualmente sob concessão da Rumo Logística, serve apenas para o transporte de cargas. Como visitá-la então??? Descubra passo a passo a seguir 😉
Ferrovia do Trigo – Onde fica e como chegar?
Como você viu acima, as principais atrações da Ferrovia do Trigo são os seus viadutos. O 13 e o 11 são acessíveis a partir das cidades de Muçum ou Vespasiano Corrêa. Já o Pesseguinho e o Mula Preta têm ligação por estrada com o município de Dois Lajeados. Saindo da capital, Porto Alegre, são 155 km para o norte até chegar a Muçum pela BR-386 e RS-130. De Muçum ao Viaduto 13, mais 18 km para o norte por estrada em parte de terra, mas tranquila de rodar.
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Já Vespasiano Corrêa está 14,5 quilômetros ao norte de Muçum pela RS-129. Do centro até o Viaduto 13 são 12,5 km por estrada de terra em boas condições, mas com muitas curvas, subidas e descidas. ATENÇÃO!!! Se você procurar o caminho pelo Google Maps, ele vai te indicar uma baita volta até Muçum para chegar ao 13. Não é necessário, basta seguir as placas no centrinho de Vespasiano para ir pelo caminho mais curto e depois recalcular a rota.
A estrada te leva até a borda do viaduto, lá em cima, não precisa andar nadinha. Mas do 13 até o 11, só existe acesso a pé. Vamos detalhar melhor essa caminhada pelos trilhos mais adiante no texto. Finalmente, Dois Lajeados está 15 quilômetros ao norte de Vespasiano pela mesma RS-129. Do centro da cidade até o Viaduto Pesseguinho é preciso rodar 7 km. Até o Mula Preta, 14,5 km. Os dois não ficam na mesma estrada ou direção. De um até o outro, a distância é de 18,5 km.
Infelizmente, ainda não tivemos oportunidade de fazer essa parte da visita, então não sabemos a condição das estradas de acesso aos viadutos de Dois Lajeados. Quem quiser visitar o 13 e o Mula Preta no mesmo passeio, vai ter que percorrer uma distância total de 40 km entre os dois. Outra cidade próxima é Caxias do Sul, a maior da serra gaúcha. Ela está localizada 95 quilômetros a leste de Vespasiano e Dois Lajeados, com acesso pelas BR-453, BR-470 e RS-431.
Ferrovia do Trigo – Quando visitar?
Não existe nenhuma restrição quanto ao clima para visitar a Ferrovia do Trigo, mas é claro que o passeio ao ar livre e fica muito mais bonito e agradável em um dia de sol. As cidades de Vespasiano e Dois Lajeados ficam mais de 500 metros acima do nível do mar, o que faz com o que o calor não seja tão intenso quanto em localidades mais baixas do estado. O clima nesta região do Rio Grande do Sul é o subtropical úmido, com quatro estações bem demarcadas.
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Os verões são tépidos e os invernos, moderadamente frios. Por causa da alta umidade do ar, é comum a ocorrência de névoa matinal ou mesmo geada nos dias de menor temperatura do ano. O meses mais quentes são dezembro, janeiro e fevereiro, quando os termômetros ficam em média entre os 18°C e os 29°C. Já os mais frios são junho, julho e agosto, com mínimas de 8°C e máximas de 20°C, em média. As chuvas são bem distribuídas ao longo de todo o ano.
Os meses que registram mais dias de precipitação são os de verão: dezembro, janeiro e fevereiro. Já os mais secos são abril, maio e agosto. Portanto, se você quiser visitar a Ferrovia do Trigo com boas chances de um dia de sol e temperaturas agradáveis, os melhores meses são abril, maio, setembro e novembro. Os dois primeiros coincidem com o outono, quando a paisagem fica muito bonita com seus tons de amarelo e laranja – fica a dica!
Ferrovia do Trigo – Onde se hospedar?
É mais comum que os turistas visitem a Ferrovia do Trigo em apenas um dia, fazendo um passeio de bate-volta desde suas cidades. Mas quando isso não é possível devido à longa distância do seu local de origem ou quando se quer seguir viagem depois para a serra gaúcha ou Porto Alegre, a pedida é passar uma noite em Vespasiano Corrêa. As cidades de Muçum e Dois Lajeados não possuem hospedagem cadastrada no Booking, o maior site de reservas do mundo.
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Já Vespasiano, mesmo sendo um minúsculo município de pouco mais de 2.000 habitantes, tem pelo menos uma ótima opção de hospedagem para oferecer aos turistas. A Pousada Bel Vedere está situada na rua principal, com fácil acesso a pé a todo o comércio local. A propriedade oferece restaurante, bar, recepção 24 horas, caixa eletrônico e Wi-Fi gratuito em todas as áreas. Todos os quartos incluem banheiro privativo, TV de tela plana e ar-condicionado.
Alguns deles também possuem varanda. O buffet de café da manhã está incluído no preço da diária. Os dormitórios e apartamentos acomodam de um a até quatro hóspedes. Os preços partem de R$ 292 por noite para uma pessoa, R$ 324 para duas, R$ 486 para três e de R$ 540 para quatro adultos. Não estão inclusos impostos e taxas municipais. Para mais informações sobre a Pousada Bel Vedere e para fazer sua reserva, clique aqui.
Ferrovia do Trigo – Principais viadutos
Viaduto 13 (Viaduto do Exército)
O Viaduto 13, conhecido também como Viaduto do Exercito, tem esse nome por ser o 13º da sequência de viadutos da Ferrovia do Trigo e está localizado na cidade de Vespasiano Corrêa. Foi construído pelo 1º Batalhão Ferroviário de Lages e inaugurado pelo então presidente Ernesto Geisel em 19 de agosto de 1978. Com seus 143 metros de altura e 509 de extensão, é o maior viaduto ferroviário das Américas e o terceiro mais alto do mundo.
O 13 perde apenas para o Viaduto Mala Rijeka, em Montenegro, de 198 metros de altura; e para a ponte de Beipanjiang, na China, que possui uma altura de 275 metros. Suas fundações estão enterradas a 21 metros abaixo do nível do solo e cada um dos seus impressionantes pilares é formado por quatro paredes de 80 centímetros de espessura. O local é servido por dois campings com restaurante, sendo que o Recanto Cascata oferece também uma gostosa queda d’água.
Viaduto Mula Preta
O nome oficial é Viaduto 19, mas ele passou a ser chamado de Mula Preta quando uma mula preta da tropa aliada de Borges de Medeiros morreu no local. Construído pelo Exército nos anos 1960 e 70, tem 98 metros de altura no pilar central e 360 metros de extensão. O Mula Preta chama a atenção pelo trajeto em curva, o que compõe um belíssimo cenário sobre o vale verdejante onde passa um afluente do Rio Guaporé, na cidade de Dois Lajeados.
Além de curvo, o Mula Preta também se destaca por ser vazado. Ou seja: não tem piso de concreto embaixo dos trilhos. Sua estrutura de metal sustenta os dormentes de madeira distantes um do outro, o que nos permite enxergar a mata verde 98 metros lá embaixo! É preciso coragem para andar sobre ele, ainda mais que não há mureta de proteção. A cada 50 metros existem refúgios nas laterais dos trilhos para você se proteger se o trem vier.
Viaduto Pesseguinho
O Viaduto Pesseguinho é o 20º da Ferrovia do Trigo. Localiza-se a cinco quilômetros do Mula Preta e a 16 do 13, na cidade de Dois Lajeados. Com estrutura semelhante ao Mula Preta, ele é vazado e não possui mureta de proteção lateral. Transpor seus 268 metros de extensão a uma altura de 87 metros requer sangue frio! Na continuação do trajeto, há um túnel com 800 metros de comprimento. Há um camping no local e acesso à Cascata Bem Estar.
Viaduto Dois Lajeados
O nome oficial é Viaduto 14 e ele está situado 6 quilômetros ao norte do 13, na cidade de Dois Lajeados. O acesso é por estrada de terra e pode-se deixar o carro a apenas 400 metros do viaduto. Ao contrário do Mula Preta e do Pesseguinho, o Dois Lajeados é largo e com piso de concreto, sendo fácil andar sobre ele. O viaduto tem 80 metros de altura e 360 metros de extensão, sendo seguido por um túnel. Apesar de não ser vazado, dele avista-se um belo vale profundo.
Ferrovia do Trigo – Como visitar?
Existem quatro formas de visitar a Ferrovia do Trigo. A primeira é fazer um passeio de trem, a segunda é a bordo de uma excursão, a terceira é caminhando e a quarta é no seu próprio carro. Esta última é a melhor, pois te dá liberdade de horários e de escolher o que vai ver ou não. Se precisar alugar um veículo, consulte os melhores preços aqui! Mais abaixo, vamos detalhar três roteiros que você pode fazer sozinho. Antes, falaremos um pouco das outras formas de visita.
Ferrovia do Trigo de trem
Embora só seja usada hoje para transporte de carga, em alguns meses do ano há um comboio turístico que leva passageiros pela Ferrovia do Trigo. O chamado Trem dos Vales percorre o trecho entre Guaporé e Muçum, passando pelos principais viadutos: 13, Dois Lajeados, Pesseguinho e Mula Preta. O custo da passagem é de R$ 148 com opção de pagar mais R$ 21 para ter transporte de retorno rodoviário. Para mais informações, acesse o site do Trem dos Vales aqui.
Ferrovia do Trigo de excursão
Agências de viagens, empresas ou mesmo grupos de amigos de cidades próximas a Vespasiano costumam montar passeios de bate-volta até a Ferrovia do Trigo. Algumas te levam até o Viaduto 13 e atrações próximas, como o Viaduto 11, a Cascata Garganta do Diabo e a Pedra da Tartaruga e, depois, de volta para casa. Outras te levam até o 13 e você vai então caminhar pelos trilhos até o Mula Preta. São 16 quilômetros de trekking e o veículo do tour te busca no fim.
Ferrovia do Trigo a pé (trekking)
O trekking pela Ferrovia do Trigo é um dos mais famosos do Rio Grande do Sul! Não somos adeptos de caminhadas tão longas, mas o Jair Prandi é e conta tudo em detalhes no blog Viagens e Caminhos (acesse aqui). Segundo ele, para quem quer fazer a caminhada completa entre Guaporé e Muçum, a melhor opção é dividi-la em três dias. No primeiro, são 16 quilômetros de Guaporé ao Viaduto Mula Preta. No segundo, mais 16 km do Mula Preta ao Viaduto 13.
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No terceiro, 18 km do 13 até Muçum. Tenha em mente que dorme-se em campings e que é preciso andar sobre viadutos vazados e sem proteção lateral! Já o trekking de um dia vai do Mula Preta ao 13. São 16 km de caminhada na parte mais bonita da ferrovia. Este trecho passa por dois viadutos vazados (Mula Preta e Pesseguinho), Viaduto 13, Viaduto Dois Lajeados, duas cachoeiras e 11 túneis, sendo o maior deles com 2,3 quilômetros de extensão.
Ferrovia do trigo de carro
Essa foi a modalidade mais interessante que encontramos de visitar a Ferrovia do Trigo. Pode-se conhecer suas principais atrações em um ou dois dias com liberdade de horários e roteiros e sem o cansaço de um trekking. Por isso, elaboramos três sugestões de roteiro para você fazer o seu passeio! A primeira delas é focada apenas na região do Viaduto 13. Como você leu mais acima, o acesso de carro pode ser feito via Muçum ou Vespasiano Corrêa.
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Tendo chegado ao 13, você faz a visita ao viaduto, tira milhares de fotos e atravessa-o para o lado contrário do túnel. Siga caminhando ao lado dos trilhos por dois quilômetros. Você vai passar pelo Viaduto 12, um túnel e chegar ao Viaduto 11. Esse é o viaduto vazado mais próximo e uma ótima opção para quem não vai conhecer o Mula Preta. Se tiver coragem, você pode caminhar sobre ele, mas fique atento ao apito do trem. É raro ele passar, mas às vezes acontece.
Se ouvir o aviso, dirija-se para algum dos refúgios que ficam nas laterais dos trilhos! Depois, é preciso andar de volta até o 13 – mais dois quilômetros. Logo ao lado dele fica um túnel bem legal, com ‘janelas’ por onde entra a luz do sol. De volta pelo túnel, pegue o carro e siga pela esquerda até a Cascata Subterrânea Garganta do Diabo. Há uma estrada nova que leva ao local – tanto que nem está no Google Maps -, mas placas indicam o caminho.
Nela, o curso d’água foi desviado artificialmente para baixo da ferrovia através de um túnel. Na parte de cima, avista-se o buraco, mas é preciso ter cuidado para não chegar muito perto das presas lisas. Já ocorreram acidentes com morte nesse lugar! Terminada a visita, você pode voltar de carro até a base do viaduto. Depois da ponte, à esquerda, fica o acesso ao Recanto Cascata. O local oferece restaurante e área de lazer com banho de cascata.
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Ideal para almoçar e curtir o resto da tarde. A segunda opção de passeio de carro pela Ferrovia do Trigo que vamos sugerir inclui os viadutos 13 e Mula Preta. Primeiro, você visita o 13 conforme escrito na primeira opção. Mas não precisa fazer a caminhada até o 11, pois você já vai conhecer o principal viaduto vazado da ferrovia, que é o Mula Preta. Depois de dar uma olhada na Garganta do Diabo, você vai pegar o carro é dirigir até a cidade de Dois Lajeados.
São 15 quilômetros para o norte pela RS-129. Do centro da cidade até o Viaduto Mula Preta, há mais 14,5 quilômetros de estrada parte asfaltada e parte de chão. Se quiser andar sobre o Mula Preta é preciso tomar os mesmos cuidados do 11! Nossa última sugestão de roteiro é para quem tem dois dias livres para visitar a Ferrovia do Trigo. No primeiro, você vai conhecer as atrações do Viaduto 13, como já dissemos acima (13, 11, túnel, cachoeira e restaurante).
Depois, pode dormir no próprio camping do Recanto Cascata se for adepto da modalidade. Se não, vá para o centro de Vespasiano para se hospedar na pousada que citamos mais acima. No segundo dia, você vai para Dois Lajeados. Primeiro visita o Mula Preta e, depois, o Viaduto Pesseguinho. Os dois não ficam na mesma estrada, então é preciso voltar ao centro da cidade e rodar mais sete quilômetros para chegar ao Pesseguinho.
Com estrutura semelhante ao Mula Preta, ele também é vazado e exige os mesmos cuidados. Quem quiser atravessá-lo, pode ainda visitar o túnel do outro lado. Para encerrar o dia, visite a Cascata Bem Estar, que fica nos arredores. E também o mirante para o vale em forma de ferradura, que fica na mesma estrada 500 metros adiante do viaduto. Todos os locais que descrevemos nas sugestões, assim como os trajetos, estão marcado no mapa mais acima no texto 😉
*** O Escolha Viajar esteve na Ferrovia do Trigo em maio de 2022 ***
2 comentários
E se vier um trem quando você estiver atravessando o viaduto 13?
Olá, Benedito!
Não tem problema se o trem vier quando você estiver no Viaduto 13. Ele não é vazado, e sim sustentado por uma estrutura de concreto que dá bastante espaço nas laterais dos trilhos. Além disso, a cada 50 metros também existem refúgios – que são recuos na mureta – assim como nos viadutos vazados.
Um grande abraço,
Tici&Marquinhos