Muita gente tem receio de viajar aos países um pouco mais pobres do continente sul-americano. É natural, já que sabemos que viajar pelo Brasil já é complicado, caro e nada seguro. Imagine o que se poderia passar na Bolívia, Equador, Peru etc. Mas a verdade é que, pelas distâncias menores e maior dependência da renda vinda do turismo, quase todos os nossos vizinhos oferecem maior segurança, infraestrutura melhor e preços bem atrativos para os viajantes. E entre eles, o Peru com certeza é o grande destaque. Um lugar de gente simples, onde se vê muita pobreza e descaso com a população indígena, mas que, em termos de atrações turísticas, é de lindo de chorar no cantinho. Quem ama história, boa gastronomia, arquitetura colonial e belas paisagens vai se esbaldar por lá. Mas é claro que ler algumas dicas do Peru antes de viajar sempre facilitam a vida, não é mesmo?
⇒ ONDE SE HOSPEDAR NO PERU e gastar pouco? Confira aqui
⇒ GUIA DE VIAGEM PERU: Tudo que você precisa saber!
Principalmente porque o país abriga uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno – a cidade inca de Machu Picchu -, um lugar cuja visita exige um pouco de pesquisa e planejamento. Além disso, o clima desta parte do continente, encravada entre o Oceano Pacífico, a floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes, tem peculiaridades muito diferentes das do Brasil, embora esteja localizado bem aqui ao lado. Sem falar que o nosso trânsito, por mais ruim que seja, não chega nem aos pés do peruano, que lembra mais as caóticas Nova Déli e Jacarta do que outras capitais sul-americanas (com exceção de Bogotá, onde a coisa também não é fácil, hehe). Confira estas e outras dicas do Peru que você precisa saber antes de viajar para fazer um passeio tranquilo, bem planejado e em segurança. Temos certeza de que você vai se apaixonar pelo país!
Dicas do Peru 1 – Não existe taxímetro
Pois é, não existe taxímetro nos táxis ou ‘tuk tuks’ do Peru. O preço da corrida é definido na base da negociação com o motorista mesmo, antes de entrar no carro. E é claro que, como na grande maioria dos países pobres, eles tentam explorar o turista. Por isso, é bom se informar sobre qual é o valor razoável a se pagar pela distância percorrida antes de parar ou chamar o veículo.
Se puder, peça que a recepção do seu hotel faça o pedido do carro para você, assim eles já deixam o preço fechado com o motorista. Ou podem pelo menos fornecer o número ideal. Você pode ainda questionar amigos/conhecidos que já tenham viajado para lá ou pesquisar em sites de viagem que tenham dicas do Peru para saber quanto realmente vale a corrida. Vale a pena, pois transporte de táxi ou ‘tuk tuk’ é algo bastante barato e útil diante do transporte público precário.
O Seguro Viagem é OBRIGATÓRIO para a maioria dos países da Europa e protege sua saúde no exterior. Faça aqui sua cotação para encontrar o seguro que você precisa. Use o código promocional: ESCOLHAVIAJAR15!
Dicas do Peru 2 – Clima (quando viajar)
Esta é a mais fundamental das dicas do Peru porque existe um período do ano no qual você deve evitar viajar ao país sob risco de apenas perder tempo e dinheiro. O território peruano é extenso e dotado de climas variados, mas as duas regiões que basicamente interessam ao turista e das quais vamos falar são a costa e os Andes. Perto do mar, costuma ser muito seco ao longo de todo o ano, sendo que na capital, Lima, praticamente não chove. O que existe sim e bem forte é a umidade, que provoca nevoeiros intensos. Eles são mais presentes no período de inverno, entre maio e outubro. Nesta época, as temperaturas mínimas ficam entre 8ºC e 15ºC na parte sul e entre 14ºC e 18ºC na costa mais ao norte, enquanto as máximas variam dos 15ºC aos 23ºC no sul e dos 22ºC aos 29ºC no norte. No verão – dezembro a março -, os dias ficam ensolarados e os termômetros sobem.
⇒ Reserve já seu hotel em Lima e garanta os melhores preços! ⇐
No sul, as mínimas vão de 18ºC a 22ºC e as máximas, de 24ºC a 30ºC. Já no norte, oscilam entre 20ºC e 23ºC na parte mais fresca do dia e entre 28ºC e 38ºC no auge do calor. A outra região do Peru por onde circulam muitos viajantes é a Cordilheira dos Andes, onde o clima é muito influenciado pela altura. O período mais seco do ano nesta parte do país é o do inverno, entre junho e setembro. É quando o tempo firma e os dias ficam ensolarados, com os termômetros subindo ao longo do dia e caindo à noite. Em Cusco, que está 3.400 metros acima do nível do mar e que serve como base para o clima em Machu Picchu, os termômetros variam em média dos 0ºC aos 20ºC nesta época do ano. Já durante o verão, de dezembro a março, ocorre o período de chuvas e neve nos Andes.
Sim, neva no verão porque é quando há umidade sobre as montanhas, mas apenas em altitudes superiores aos 4.000 metros. E falando em umidade, é por causa dela que você deve evitar visitar esta região do país neste período do ano: porque chove muito. Mas muito mesmo, a ponto de fazer os rios transbordarem, estradas fecharem e causar deslizamentos de terra. A precipitação é mais intensa em janeiro e fevereiro, sendo que neste mês a Trilha Inca para Machu Picchu fica FECHADA devido ao risco de deslizamentos. As temperaturas mínimas ficam pouco acima dos 6ºC e as máximas dificilmente passam dos 21ºC. Para conciliar uma visita às cidades da costa peruana com as dos Andes, a melhor solução é procurar viajar nos meses intermediários entre as épocas de seca e chuva, que são opostas nas duas regiões: abril ou novembro.
Dicas do Peru 3 – Machu Picchu exige planejamento
Ir de trem, de ônibus ou caminhando? Se for andar, escolher a meia Trilha Inca, a Trilha Inca completa ou a Trilha Salkantay?? Fazer bate-volta desde Cusco ou Ollantaytambo ou dormir em Aguas Calientes??? Subir ou não o Huayna Picchu???? Quando ir, o que ver, quanto tempo ficar????? As ruínas de Machu Picchu são um destino fascinante, mas que também geram um monte de dúvidas na cabeça do viajante. E para fazer a visita perfeita à cidade perdida dos incas, é preciso um pouco de planejamento. Em primeiro lugar, escolha a época do ano ideal para fazer a visita.
⇒ Reserve já seu hotel em Cusco e garanta os melhores preços! ⇐
Como escrevemos no item acima, existe uma temporada de chuvas na região dos Andes peruanos que vai de dezembro a março e que pode pôr seu passeio por água abaixo, literalmente. Em segundo, decida se você vai querer ir a Machu Picchu caminhando pela Trilha Inca pois, se for o caso, é preciso fazer a reserva para a mesma com de quatro a seis meses de antecedência. Em terceiro, decida se você vai querer subir as montanhas Machu Picchu ou Huayna Picchu durante a visita, pois a quantidade de pessoas que entram nas mesmas é limitada a 400 por dia e é uma boa ideia garantir seu ingresso com certa antecedência também.
Com exceção destes três passos, todo o resto pode ser decidido e comprado com calma antes da viagem ou mesmo quando você já estiver em Cusco, a cidade que serve como porta de entrada para Machu Picchu e todas as demais atrações do Vale Sagrado dos Incas. Mas vale a pena dar uma pesquisada sobre o tema antes de chegar lá, já que é um passeio que envolve muitas possibilidades de locomoção, hospedagem e preços. Além disso, o sítio arqueológico agora tem horas específicas de entrada e saída para visitação, além de circuitos pré-estabelecidos para percorrer as ruínas. Mas não precisa entrar em pânico! Confira todos os detalhes de como visitar Machu Picchu aqui.
Dicas do Peru 4 – Uma viagem barata
Com exceção de algumas atividades ligadas a Machu Picchu, tudo o que está ligado aos quatro pilares básicos para calcular o custo de uma viagem – hospedagem, alimentação, transporte e passeios – é muito barato por lá. É claro que, às vezes, é preciso sair um pouco dos centros turísticos para encontrar os preços desejados, mas nada que prejudique o quanto custa viajar para o Peru. Por isso, é possível fazer uma viagem pelo país por um valor tão baixo como US$ 55 ao dia! Para começar, saiba que a moeda local, o novo sol, é mais ou menos equivalente ao real, embora ambas sejam bastante instáveis e sujeitas aos humores do mercado externo.
Neste momento, por exemplo, R$ 1 = 0,95 PEN (cotação de abril de 2018). Ou seja, viajando para lá você não perde rios de dinheiro como quando converte o real para moedas fortes como o dólar ou o euro. Outro fator que pesa a favor dos viajantes é o de que o país é muito pobre e tem no turismo uma de suas principais fontes de renda. Por isso, transporte público, transporte intermunicipal, hospedagem, tours e refeições têm custos muito razoáveis por lá, desde você saiba fugir de locais super turísticos ou mega sofisticados. Já na região de Cusco e Machu Picchu, os preços sobem um pouco. Ou muito.
O boleto turístico para entrar nos sítios arqueológicos pode custar até US$ 40 dependendo do tipo escolhido. O ingresso em Machu Picchu custa US$ 45. Para subir a Montanha Huayna Picchu, são mais US$ 14. A entrada na Trilha Inca tradicional (4 dias) é de US$ 86, enquanto a Trilha Inca curta (2 dias) sai por US$ 65. O pacote completo para fazer a trilha com agência não sai por menos de US$ 400! Mas, como o resto do Peru é barato de se conhecer, os custos da viagem no total acabam se equilibrando. Confira uma relação de gastos completos aqui.
Dicas do Peru 5 – Não fique pouco tempo
À primeira vista, pode parecer muito fácil montar um roteiro no Peru: uns três dias em Cusco, um em Machu Picchu e talvez uma passadinha por Lima entre o embarque e o desembarque. Em cinco dias, você ‘mata’ o país e já sai emendando com Bolívia e Chile ou Equador para otimizar a viagem. Por favor, não faça isso. Você estará perdendo a oportunidade de conhecer o país mais interessante da América do Sul (pelo menos na nossa modestíssima opinião, hehe). Reserve pelo menos 20 dias de viagem para visitar o Peru como ele merece, ao invés de sair correndo numa maratona maluca de três países em duas semanas ou coisa que o valha.
Neste período de tempo – que é a média de férias que o brasileiro tira por ano – você pode visitar as praias do norte do país, a Cordilheira Blanca, a capital, Lima; a antiga terra dos incas, incluindo Cusco e Machu Picchu; e a fronteira leste, onde a imensidão do Lago Titicaca se divide com a Bolívia. Não é um roteiro no Peru completão, pois ficam faltando vários lugares super legais como as Linhas de Nazca, o Oásis de Huacachina, as destilarias de Pisco, os desfiladeiros do Cânion del Colca, a cidade branca de Arequipa, a Amazônia peruana etc. Para ver tudo isso, são necessários ao menos 30 dias de viagem ou mesmo mais. Se você estiver disposto, garantimos que vale a pena! Confira nossa sugestão de roteiro no Peru aqui.
Dicas do Peru 6 – Trânsito caótico
O trânsito no Peru é considerado um dos piores e mais caóticos do mundo, portanto é bom pensar bem antes de colocar o aluguel de um carro da lista de opções para a sua viagem. Alguns viajantes consideram pior dirigir no Peru do que na Indonésia ou mesmo na Índia, para você ter uma ideia. Nas cidades grandes ainda há um pouco de organização, mas nas menores pouquíssimas regras de trânsito são respeitadas, isso inclui furar sinal vermelho, jogar o veículo para cima das pessoas na faixa de pedestres, não dar pisca alerta, etc etc etc.
Como funciona o trânsito por lá então? Na base da buzina e do Deus nos acuda. Buzina-se para tudo, desde alertar um pedestre – porque o carro obviamente não vai parar -, fazer conversão, mudar de faixa, xingar os outros e tudo o mais. Isso tudo num país onde os veículos são muito velhos e há muitas motocicletas e ‘tuk tuks’ costurando pelo meio de tudo. Por isso, é bom ter cuidado redobrado na hora de atravessar uma rua no Peru! E tente não entrar em pânico quando taxista/motorista começar a fazer todas essas barbaridades com você na carona, hehe.
Dicas do Peru 7 – Mal de altitude
Para quem nunca viajou para lugares altos, é bom saber que seu corpo vai reagir à falta de oxigênio pelo menos nas primeiras 48 horas, de forma mais leve ou mais aguda. É o chamado ‘sorochi’, ou mal de altitude. Como alguns dos locais mais turísticos do Peru ficam nas alturas – Cusco, Machu Picchu, Huaraz, Titicaca etc – , é bom estar preparado para ele. Você pode sentir taquicardia, dificuldade para respirar, cansaço mesmo para subir uma simples escada, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Normalmente, estes sintomas desaparecem ou diminuem bastante depois dos dois primeiros dias na altitude, mas não para todo mundo.
Por isso, a melhor coisa a fazer é reservar pelo menos 24 horas sem atividades no primeiro local elevado que você for visitar para deixar seu corpo de adaptar. Se você for muito afetado, compre produtos derivados da folha de coca, pois eles ajudam a combater o mal de altitude. Você pode testar todos e escolher o que surte mais efeito ou tenha sabor menos ruim, hehe. Há balas, chás, chocolates e mesmo a folha pura para mascar. Particularmente, recomendamos o chá. Se nada funcionar, as farmácias peruanas vendem comprimidos que ajudam a combater os sintomas do ‘sorochi’.
Dicas do Peru 8 – Câmbio de moeda
Ao contrário de outros países vizinhos do Brasil, como Uruguai e Argentina, não é vantagem esperar para trocar seus reais por moeda local apenas quando chegar ao Peru. Se puder, negocie o novo sol em casas de câmbio daqui, antes de viajar. Mas se, por qualquer motivo, não puder fazer a troca antes de embarcar, pesquise bem os preços de troca por lá, pois eles podem variar muito.
Se no aeroporto de Lima é caro, nas ruas de Cusco pode sair muito barato, enquanto nas casas de câmbio de Puno dá até vontade de chorar de tão pouco que se paga. Outros dois cuidados fundamentais são nunca trocar dinheiro na rua – a probabilidade de você ser receptor de notas falsas é grande – e de contar todo o dinheiro pago pelos seus reais antes de sair do guichê. Caso contrário, pode cair no velho golpe do sumiço de algumas notas, apesar do recibo no valor correto.
Dicas do Peru 9 – Viaje de ônibus
O Peru, assim como a Turquia e a Nova Zelândia, é um país sensacional para se viajar de ônibus e economizar uma bela grana em passagens aéreas. É claro que as distâncias são grandes, já que o território do país não é tão pequeno quanto parece ali do lado da imensidão do Brasil no mapa, mas o sistema de transporte entre as cidades é eficiente e possui uma ampla gama de ofertas de ônibus para todos os gostos e bolsos. Existem pelo menos meia dúzia de empresas que oferecem serviços de primeira classe – quase sempre usada só por viajantes – nas rotas que ligam as principais cidades turísticas do país, como a Cruz del Sur, Oltursa, Tepsa e Movil. Por primeira classe, leia-se poltronas tamanho GXX, que reclinam em ângulo total de leito, televisão (algumas individuais, depende da empresa) e refeições.
É claro que estamos falando de um país de terceiro mundo, por isso mesmo o mais caro e melhor recomendado dos serviços pode acabar decepcionando você. Há reclamações contra praticamente todas as empresas em sites de avaliação de viajantes, como o ‘TripAdvisor’ e o ‘LonelyPlanet’. Mas há muitos elogios também. O Escolha Viajar utilizou três das empresas citadas acima e foi muito bem transportado em todas. E o preço não deixa de ser o grande atrativo. Uma viagem de Trujillo até Huaraz dura oito horas e sai por aproximadamente US$ 14 (segunda classe). De Huaraz para Lima são oito horas e meia de estrada por cerca de US$ 15 (primeira classe). E optando por fazer trajetos noturnos, você ainda economiza uma noite de hospedagem 🙂 . Mas não seja mão de vaca nesses casos e compre um assento leito. É conforto que vale o preço.
Dicas do Peru 10 – Brasileiros não precisam de visto
Última e melhor das dicas do Peru! Brasileiros não precisam de visto para viagens de turismo, por até 90 dias. Ao entrar no país, você deve apresentar um passaporte válido ou RG. Além disso, não é preciso fazer nenhuma vacina para viajar ao Peru.
*** O Escolha Viajar esteve no Peru em novembro/2012, maio/2013 e dezembro/2015 ***