Sendo o Brasil um país essencialmente cristão, não é de surpreender que muitos brasileiros tenham como sonho de viagem conhecer Jerusalém, a cidade de Israel onde Jesus Cristo teria morrido e ressuscitado. Mas esta não é uma viagem qualquer. Localizada no coração da mais convulsionada região do mundo, Jerusalém foi fonte de guerras e violência durante séculos a fio. Assim como hoje ocorre na Europa, há alguns anos atrás viajantes e pontos turísticos foram alvos de atentados que queriam chamar a atenção do mundo. Por isso, mesmo com a Cidade Santa vivendo um momento pacífico, é bom conferir algumas dicas de Jerusalém antes de embarcar.
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Por quê? É perigoso viajar para lá? No geral, não. Mas você com certeza vai estranhar as rígidas medidas de segurança que tornaram essa paz possível. Além disso, a cidade e o povo judaico têm algumas características que não são usuais por estas bandas do mundo, como o respeito total ao dia de descanso semanal – que não é o domingo! – e o uso de vestimentas super comportadas para fazer turismo. É bom saber também que se trata de uma viagem cara, embora haja várias coisas gratuitas que você pode fazer por lá.
Confira 10 dicas de Jerusalém que você precisa saber antes de viajar:
Dicas de Jerusalém – É seguro viajar para lá?
Apesar dos séculos de disputa violenta e de nunca ser possível garantir 100% que não ocorrerão atentados, Jerusalém hoje é considerada um lugar seguro para o turismo. Para que isso seja possível, no entanto, a cidade segue rígidos protocolos de segurança. Entre eles, policiamento ostensivo com armamento pesado, barreiras na entrada e saída do território palestino – com direito a metralhadora para revista do ônibus – e possíveis questionamentos no momento da imigração no aeroporto.
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Não estranhe nada disso, pois são medidas padrão, e lembre-se de levar seu passaporte caso vá a Belém ou outras localidades palestinas. Atenção também se for visitar o Monte das Oliveiras (na foto abaixo) por conta própria, pois ele fica muito próximo do muro que divide os dois territórios e não é aconselhável se expor lá muito tempo sozinho. Pegue um táxi para subir o monte e procure circular rapidamente entre os pontos turísticos.
Dicas de Jerusalém – Não espere ver para crer
Jerusalém não é exatamente um lugar bonito. Quem viaja até lá esperando encontrar uma cidade medieval de contos de fadas – como Rothenburg (Alemanha) ou Carcassonne (França) – terá uma grande decepção. Além das muralhas da Idade Média, há pouco patrimônio histórico que chame a atenção pela aparência na Cidade Santa. Nada de belas igrejas e capelas, campanários, torres ou sítios arqueológicos impressionantes. Jerusalém é uma cidade de fé, de religião, um lugar que as pessoas visitam mais por aquilo em que acreditam do que pelo que podem efetivamente ver.
Além disso, diante de uma história de guerras e disputas em que muitas vezes foi destruída, a cidade não conseguiu preservar um grande patrimônio histórico, pelo menos não que remonte aos tempos bíblicos. Com exceção de algumas escavações arqueológicas, quase tudo o que existe em Jerusalém é posterior ao período bizantino e, por isso, muito mais baseado na tradição religiosa do que em fatos concretos. Nada prova que a Igreja do Santo Sepulcro realmente foi construída no local da morte de Jesus, por exemplo, já que o edifício foi erguido cerca de 300 anos após sua morte.
Dicas de Jerusalém – A Via Sacra pode decepcionar
Falando em possíveis decepções com a aparência das coisas em Jerusalém, é bom estar preparado para o que vai encontrar na Via Sacra: basicamente, nada. É claro que ninguém busca o suposto caminho feito por Jesus Cristo em seus instantes finais esperando um show de luzes e fogos de artifício, mas a Via Sacra está bem abaixo disso como atração turística. Embora algumas das estações iniciais sejam marcadas por igrejas e capelas, a maioria não passa de um número enferrujado colocado na parede, às vezes meio encoberto por barraquinhas de souvenires. Você passa e nem percebe!
Dicas de Jerusalém – Prepare-se para gastar bastante
Conhecer Jerusalém é uma empreitada que exige certo planejamento financeiro. Embora tenha várias atrações gratuitas, a cidade mais turística de Israel tem custo de vida alto. Isso ‘salga’ os preços de tudo o mais que está relacionado ao turismo, como passeios de excursão, hospedagem e alimentação. Só a passagem aérea até Tel Aviv, a capital do país, sai por cerca de R$ 3,7 mil em pesquisa simulada para o mês de junho (ida e volta). Já em termos de moeda, as distâncias entre Israel e Brasil diminuem: o shekel tem valor mais ou menos equivalente ao real.
Um simples pedaço de pizza por lá custa US$ 7,80 dentro das muralhas da Cidade Velha. Um almoço para duas pessoas acompanhado de cerveja no tradicional mercado de Mahane Yehuda, US$ 23,60. Até mesmo os hostels têm preços acima da média em Jerusalém: cerca de US$ 25 por uma cama em dormitório compartilhado para até seis pessoas. Entre os hotéis tradicionais, a maioria cobra de US$ 110 a US$ 160 por uma noite de hospedagem. Já os tours não costumam sair por menos de US$ 45. Confira aqui o relato completo de quanto custa viajar para Jerusalém.
Dicas de Jerusalém – Aproveite o que é de graça!
Pelo menos nove pontos turísticos de Jerusalém e arredores têm entrada franca, sem falar que caminhar sem rumo pelas ruelas da Cidade Velha e percorrer todas as estações da Via Sacra é algo absolutamente livre de qualquer taxa. Não cobram ingresso o Muro das Lamentações, o Monte do Templo, a Igreja do Santo Sepulcro, o Memorial Yad Vashem, a Igreja de Todas as Nações, o Mercado Mahane Yehuda, a Igreja do Pater Noster, o Cemitério Judaico e a Gruta da Natividade (localizada na vizinha Belém).
Além disso, a cidade oferece aos seus visitantes o famosos ‘free walking tours’, passeios a pé em que não há cobrança de preço fixo. Cada um dá ao guia a gorjeta que puder ou achar justa pelo serviço (US$ 10 é considerada uma quantia razoável). Mas você vai querer pagar até mais, pois Jerusalém é um lugar em que os passeios guiados são essenciais, já que normalmente não há placas ou indicações dos lugares em que se desenrolaram os episódios mais marcantes dos seus milênios de história. Os ‘free tours’ partem do Portão Jafa às 11h e 14h.
Dicas de Jerusalém – Não esqueça o Shabat
O sábado é o dia do descanso semanal judaico – o Shabat – e é levado muito a sério em Israel. Muitos lugares fecham as portas por volta das 15h de sexta-feira e só voltam a funcionar na manhã de domingo. Isso inclui atrações turísticas como o Mercado Mahane Yehuda, as Muralhas da Cidade Velha e o Memorial Yad Vashem. Além disso, quase nenhum tipo de comércio será encontrado aberto, mesmo supermercados e restaurantes. Por isso, previna-se e compre comida antes, ou busque onde fazer uma boa refeição nas região não-judaicas da cidade.
Dicas de Jerusalém – Use roupas adequadas
Se existe um lugar no mundo onde a espiritualidade é levada a sério, esse lugar com certeza é Jerusalém! Por isso, evite entrar em igrejas, templos ou outros locais religiosos usando roupas acima dos joelhos, decotadas ou muito justas. Se puder, cubra os ombros também. Com exceção do Monte do Templo (leia mais abaixo), não há regras de como se vestir para entrar nos pontos turísticos da cidade, mas pessoas mais devotas podem ver suas roupas como um desrespeito. Na dúvida, carregue um lenço na mochila para se cobrir, se necessário.
Dicas de Jerusalém – Visitar o Monte do Templo é complexo
Diante de uma história marcada por séculos de disputa entre judeus e muçulmanos, o Monte do Templo ficou fechado para quem não segue o Islã até 2008, quando passou a permitir visitantes de forma gratuita, mas sob rígidas regras de segurança e comportamento. Não é permitido entrar com nenhum símbolo cristão ou judeu, nem mesmo os populares colares e brincos de cruz. Mulheres e homens devem estar com ombros e pernas cobertas até a altura do joelho. Decotes e roupas justas são proibidos.
Nos meses de verão, abril a outubro, o Monte do Templo abre das 8h30h às 11h30 e das 13h30 às 14h30. Nos de inverno, novembro a março, das 7h30 às 10h30 e das 12h30 às 13h30. Nas sextas-feiras e sábados, o local fica fechado aos turistas. Com horários tão restritos, as filas para entrar costumam ser grandes, portanto chegue pelo menos uma hora antes da abertura para garantir a visita. Além disso, não é permitido a não-muçulmanos ver o interior do Domo da Rocha ou da Mesquita Al-Aqsa, apenas admirá-los e fotografá-los pelo lado de fora.
Dicas de Jerusalém – Cuidado com o verão
Apesar das variações climáticas entre costa e regiões montanhosas, Israel é um país predominantemente desértico, com verões quentes, secos e muito longos (de abril a outubro). Uma época nada propícia ao turismo, principalmente para as infindáveis caminhadas pelas ruelas da Cidade Velha de Jerusalém ou subir o Monte das Oliveiras. A maior parte da chuva atinge o país em dezembro, janeiro e fevereiro, sendo muito raro vê-la depois deste período. Esse é um dos motivos pelos quais Israel sofre com severos racionamentos de água.
Na cidade mais turística de Israel, Jerusalém, não cai nenhuma gota de água do céu de junho a setembro. A temperatura média ao longo o ano vai de 12ºC em janeiro até 30ºC em julho, agosto e setembro. Embora não seja uma média tão assustadora para brasileiros, é preciso lembrar que a isso se une a baixíssima umidade do ar e os dias de calor recorde. Jerusalém já chegou a registrar 45ºC no mês de agosto, sendo que veio também de Israel a mais alta temperatura já vista no continente asiático. Em 1942, os termômetros de Tirat Zvi marcaram inacreditáveis 54°C.
Dicas de Jerusalém – Brasileiros não precisam de visto
Brasileiros não precisam de visto para viagens a turismo a Israel, por até 90 dias. Ao entrar no país, você deve apresentar um passaporte válido por pelo menos seis meses. Se tiver intenção de viajar depois para países que não reconhecem Israel como um Estado, é melhor pedir para não carimbarem a entrada no seu passaporte, e sim em uma folha avulsa. São eles: Arábia Saudita, Argélia, Bangladesh, Brunei, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Kuwait, Líbano, Líbia, Malásia, Omã, Paquistão, Sudão e Síria.
*** O Escolha Viajar esteve em Jerusalém em abril de 2015 ***