Viajar para a Ilha de Bali, o lugar mais visitado da Indonésia, é ter certeza de que você vai ouvir português por todos os lados. O lugar é figurinha fácil no roteiro dos brasileiros há algum tempo, principalmente dos apaixonados por surfe. Em 2008, a TV Globo filmou as cenas de surfe da novela ‘Três Irmãs’ por lá. A presença nacional em Bali foi reforçada nos últimos anos por interessados em cursos de ioga, culinária, artesanato e massagem. Há ainda os que procuram um amor como o que escritora Elizabeth Gilbert – de ‘Comer, Rezar e Amar’ – encontrou nas ruas de Ubud, capital cultural da ilha. Aliás, ela encontrou um namorado brasileiro, hehe. Ou os que vêem em Bali um destino barato e próximo da Austrália, local eleito por muitos conterrâneos para estudar inglês. Não importa o motivo da viagem, existem algumas dicas de Bali que que você precisa saber antes de embarcar!
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Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que a ilha pode ser um paraíso a caminho da extinção. O turismo de massa desenfreado e a hiper lotação – tanto de visitantes como de imigrantes – ameaçam transformar Bali em um amontoado de rodovias cinzentas, mega resorts, poluição e lixo. Alguns sintomas dessa autodestruição já são claramente visíveis para quem visita a ilha, como as garrafas plásticas boiando nas praias, principalmente durante a maré cheia, e as retroescavadeiras que abrem caminhos mais amplos para que os turistas motorizados alcancem as praias ainda desconhecidas.
O clima ‘zen’ da Bali que ficou famosa nos anos 1970 foi substituído por bandos de jovens australianos que vêem seus dólares se multiplicarem na fraquíssima economia indonésia e se transformarem em bebidas alcoólicas, baladas e drogas. Nada disso tira os encantos de Bali, é apenas um conselho para se aproveitar o que há de melhor por lá enquanto tudo ainda existe. As praias exóticas, os preços incríveis, a religião ímpar, os arrozais, o artesanato, a culinária, a massagem, a ioga etc etc etc. Só tome cuidado com os macacos! Veja esta e outras dicas de Bali que você precisa saber antes de viajar.
Dicas de Bali – Cuidado com os macacos
Os macacos são sagrados em Bali e habitam nas proximidades dos templos, de onde se considera que eles espantem os maus espíritos. É claro que isso tornou os animais, que vivem ao ar livre, uma atração turística. Alimentados por humanos em busca de fotos durante anos, eles hoje se tornaram não só viciados em ‘junk food’ como aprenderam a obtê-la das formas mais bandidas. Isso mesmo, os macacos de Bali se tornaram ladrões.
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Eles abrem fechos de bolsa sem que você perceba, pulam na sua mochila, puxam qualquer coisa que você tenha na mão ou na cabeça e esteja distraído demais para proteger. Isso inclui chapéus, óculos, brincos, colares, enfeites de cabelo e máquinas fotográficas. E só entregam de volta em troca de comida (se isso acontecer com você, saiba que eles amam ‘Gatorade’, hehe). Alguns se tornam agressivos quando tentam tomar algo de você e não conseguem, quando são alvo de flashes de câmera ou quando são tocados. Resumindo, tome cuidado ao querer interagir com os macacos de Bali e guarde seus pertences fora do alcance deles.
Dicas de Bali – Visto na entrada
Brasileiros não precisam de visto prévio para entrar na Indonésia em viagens de turismo. A permissão é concedida na entrada do país e vale para uma estadia de até 30 dias. Quem quiser ficar por mais tempo precisa procurar um despachante local para estender o visto. É necessário ainda pagar uma taxa de US$ 35 na chegada à ilha e outros US$ 22 na saída. Apenas dinheiro é aceito, mas você pode usar dólares.
Dicas de Bali – Atenção às monções
Como todos os países do sudeste asiático, a Indonésia está sujeita às monções, ventos que levam grandes quantidades de chuvas em um certo período do ano. As estações na Ilha de Bali se dividem em apenas duas: a seca, de maio a outubro, e a úmida, de novembro a abril. Os meses com maior volume de chuva são dezembro, janeiro e fevereiro. Essa é a época da baixíssima temporada de turismo, quando os preços ficam ainda mais convidativos na ilha. Mas é preciso ter sempre um plano B em mente para visitar Bali neste período, pois quando chove, chove mesmo!
Já as temperaturas não sofrem grandes variações ao longo do ano, ficando sempre entre 25ºC e 30ºC. O que muda é a sensação térmica, já que, nos meses de seca, o ar fica mais fresco, enquanto nos de chuva a umidade deixa tudo muito mais abafado e cansativo.
Dicas de Bali – Trânsito caótico
O trânsito indonésio é mesmo caótico e justifica a fama de um dos piores do mundo, mas não é indomável. A grande maioria dos turistas aluga um carro ou uma motocicleta para percorrer a ilha, até porque o sistema de transporte público é praticamente inexistente. Além disso, ter um veículo próprio em Bali é muito barato: uma moto sai por US$ 5 a diária, e o carro, por US$ 25. O problema é que, além de ser na mão inglesa – dirige-se pela esquerda, e não pela direita -, o trânsito ainda é dominado por motocicletas capazes de todas as infrações de trânsito que você possa imaginar, como carregar carrinhos de pipoca na garupa ou uma família de cinco pessoas.
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Além disso, a sinalização é quase zero e as estradas são estreitas e sem acostamento. A maioria não têm calçada, então os pedestres precisam caminhar na rodovia, o que lota ainda mais o pequeno espaço de asfalto. Para encarar essa aventura, dirija devagar e arme-se de uma boa dose de paciência para levar buzinadas dos locais querendo ultrapassar. Alugar um carro grande também pode dar mais confiança na hora de pegar a estrada, além de ser um veículo mais estável. Ter um bom mapa ou GPS é fundamental, ou você perderá horas perguntando para onde ir, já que placas são coisa rara. E não esqueça da carteira de motorista internacional, pois há fiscalização na ilha.
Dicas de Bali – Dificuldades de comunicação
Prepare-se para a possibilidade de ter que fazer mímica, como as famosas dançarinas balinesas. Mesmo recebendo mais de três milhões de turistas por ano – a grande maioria vindos da vizinha Austrália – muitos habitantes de Bali que trabalham no comércio e serviços não falam inglês. É claro que essa é uma situação que dificilmente vai acontecer em um grande hotel ou em uma praia famosa, como Padang Padang.
Mas as chances ficam grandes se você for se hospedar em pousadas familiares, visitar faixas de areia menos badaladas – como Pandawa -, se perder ou tiver que abastecer o corro na estrada. Quanto mais longe das áreas turísticas, mais difícil se torna uma comunicação plena. Se for necessário, recorra aos mais jovens, que aprendem inglês na escola, ou aos muitos imigrantes australianos que se mudaram para lá e têm comércios em todas as partes da ilha.
Dicas de Bali – Praias podem decepcionar
Embora seja uma ilha cheia de encantos e um paraíso do surfe, prepare-se para uma possível decepção com as praias de Bali. Uluwatu e Padang Padang são exóticas, aparecendo do nada em meio a penhascos, enquanto Pandawa tem um ar caribenho por causa do mar azul fluorescente na maré alta.
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Mas outros nomes famosos como Nusa Dua (na foto), Jimbaram, Bingin e Dreamland não têm muito a oferecer em termos de beleza para quem vem de um país com o litoral como o brasileiro. A grande vantagem é o banho de mar quando a maré baixa, formando verdadeiras piscinas naturais de águas mornas. Um santo remédio para o calor da ilha.
Dicas de Bali – WiFi 100%
Uma coisa com a qual você não precisa se preocupar em Bali é em comprar um chip de celular para ter acesso à internet. Como a ilha vive basicamente do turismo e tenta atrair o maior número de visitantes possível, praticamente todos os hotéis oferecem conexão wi-fi gratuita e de qualidade, além da maioria dos restaurantes. Até mesmo os mini-mercados disponibilizam sinal.
Dicas de Bali – Poluição e pobreza
O turismo desenfreado em Bali teve seu preço para o meio ambiente e para quem quer aproveitar suas belezas naturais. Na maioria das praias você verá lixo boiando no mar, principalmente na maré cheia. Verá também muitas cestinhas feitas de folhas deixadas no chão. São as oferendas diárias feitas pelos moradores em frente a suas casas ou locais de trabalho. É um belo elemento cultural, mas essas oferendas muitas vezes contém alimentos, que ficam apodrecendo ao ar livre ao longo do dia.
Muitos animais de rua ou alimentados pelos vendedores ambulantes também circulam pelos pontos turísticos, alguns aparentando estarem doentes. Aliás, os vendedores são outra ‘praga’ que se dissemina pelas praias abertas da ilha – eles não entram nas que ficam em condomínios fechados, como Dreamland ou Nusa Dua. Em Padang Padang, os ambulantes tomam conta de cerca de 60% do espaço na areia, que já não é muito grande.
Dicas de Bali – Homens de ‘saias’
Se vestir adequadamente para visitar os templos hinduístas não é mais uma exigência formal em Bali. O único que fiscaliza as vestimentas dos visitantes é o templo de Uluwatu e, mesmo assim, o próprio lugar sagrado fornece o chamado ‘sarong’ – uma espécie de canga – para cobrir as pernas na entrada de forma gratuita.
De qualquer forma, procure evitar peças muito curtas ou decotadas ao visitar esses pontos turísticos como forma de respeitar a religião local. Os praticantes do hinduísmo não usam roupas acima dos joelhos ou que deixem os ombros descobertos. Trajes de banho, nem pensar.
Dicas de Bali – Turismo de massa
Aquela Bali ‘zen’, paraíso de surfistas, artesãos e praticantes de ioga que caiu no mapa do turismo mundial nos anos 70, não existe mais. A ilha fica lotada de turistas mesmo na baixíssima temporada, de dezembro a fevereiro – quando também é a época das chuvas. Portanto, exerça sua paciência e prepare-se para enfrentar multidões, especialmente aqueles ônibus cheios de orientais fazendo tours ‘express’ ou bandos de jovens australianos enlouquecidos com a bebida ultra barata.
Caminhar pelas rus da cidade de Ubud à tarde, quando os coletivos chegam, é comprar briga de foice para conseguir um espacinho e caminhar na calçada. Se quiser um pouco de paz e privacidade, procure restaurantes e pontos turísticos fora do horário de pico: almoce depois das 14h, jante depois das 20h30 e visite templos ou praias de manhã cedo.
*** O Escolha Viajar esteve em Bali em fevereiro de 2015 ***