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Roteiro pelos castelos do Vale do Loire para 1, 2 ou 3 dias de viagem

Castelo de Chenonceau, no Vale do Loire, visto dos jardins planejados da Idade Média

Quem nunca sonhou em visitar castelos de contos de fadas? Pois a França é o lugar certo para isso! Não só é um país recheado de castelos que fariam qualquer Cinderela quebrar o sapatinho de cristal de tanta inveja, como reúne vários deles em uma única região, o que facilita muito a visitação. Um roteiro pelos castelos do Vale do Loire pode levar apenas 1, 2 ou 3 dias, dependendo do tempo de viagem disponível e da sua vontade de visitar os ‘chateaux’, ou  castelos em francês

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Esta região verdejante, banhado pelas águas do Rio Loire, é listada como Patrimônio Mundial da Unesco desde 2000 por sua ‘excepcional paisagem cultural de grande beleza, composta de cidades e vilas históricas, e grandes monumentos arquitetônicos’. Um lugar encantador, perdido no tempo em que reis construíam castelos ao seu bel prazer, e suas esposas (ou, mais frequentemente, as amantes) os enchiam de requinte e belos jardins.

O povoamento nobre no vale ocorreu entre os séculos X e XVI, época em que as terras ao redor do Rio Loire eram o centro do poder do Reino de França. Neste período, foram construídos mais de 300 chateaux na região, sendo muitos deles o extremo luxo da época, pois eram residências reais. Com a construção do Palácio de Versailles, nos arredores de Paris, a família real e toda a corte mudou para lá. Os castelos do Loire foram gradualmente vendidos ou abandonados.

Muitos acabaram destruídos na Revolução Francesa ou durante a Segunda Guerra. Os que sobreviveram guardam muita história para contar e exibem uma beleza secular inigualável. Alguns são patrimônio nacional da França e funcionam como pontos turísticos, outros são residências privadas que abrem suas portas para visitação e há ainda os que viraram hotéis ou restaurantes. Não foi à toa que a região se tornou um dos locais mais procurados por turistas em todo o país!

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Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

E tudo isso está a seu dispôr a apenas 240 quilômetros de Paris. Se você não quer deixar sua base na capital, é possível conhecer pelo menos dois dos castelos mais famosos fazendo bate-voltas de trem desde a Cidade Luz (confira como aqui). Mas nossa sugestão é que você passe pelo menos um dia e uma noite no Loire, usando a cidade de Tours como base para os passeios pelos chateaux. Confira aqui nossa sugestão de hospedagem boa e barata por lá.

Além disso, recomendamos fortemente também que você alugue um carro (faça cotação de preços aqui). O transporte público não é muito farto nessa parte do país, e ter um veículo à disposição vai evitar que você fique refém de horários de ônibus ou trens bastante restritos. Mas vamos dar as indicações de como fazer o roteiro pelos castelos do Vale do Loire também de transporte público. Saiba como visitar os chateaux mais bonitos da França em 1, 2 ou três dias de viagem.

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Roteiro pelos castelos do Vale do Loire – Dia 1: Chenonceau

Para seu primeiro – ou único – dia de roteiro pelos castelos do Vale do Loire, nossa sugestão é fazer a visita ao mais lindo da região: o Château de Chenonceau. Se você está de carro, basta setar o castelo no GPS e ‘bon boyage’. São apenas 33 quilômetros que separam Tours de Chenonceau. Quem não está de carro, deve optar pelo trem regional, já que o castelo tem uma estação própria. A viagem dura cerca de 30 minutos, custa 7 euros o trecho e você desembarca quase na frente.

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Chenonceau é pequeno se comparado a outros chateaux do Vale do Loire, como Chambord e Amboise, mas sua construção sobre arcadas que formam uma ponte sobre o Rio Cher lhe confere uma beleza única! Também conhecido como Castelo das Sete Damas, sua primeira construção data do século XI, mas o formato de contos de fadas surgiu em 1521 por obra da primeira das damas: Catherine Briçonnet.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

Em 1547, o castelo foi oferecido pelo Rei Henrique II a sua amante favorita – a segunda dama, Diane de Poitiers -, que fez dele seu pequeno e luxuoso refúgio. Após a morte do monarca, no entanto, a viúva Catarina de Médices – a terceira dama – tirou a rival do local e o transformou conforme seu próprio estilo sombrio e imponente. Não vamos detalhar a história de todas as damas, mas só por essa pincelada você pode ter uma ideia do tipo de local que vai encontrar.

Todas as salas, salões, quartos, bibliotecas, halls, escritórios e etc são lindamente decorados com mobília original da época de Diane e Catarina. Do lado de fora, destaque para a torre de menagem – que fica separada do edifício principal – e para os jardins planejados. O da direita de quem entra foi mandado construir por Catarina, e o da esquerda, por de Diane. Não deixa de cruzar para o outro lado do rio e observar o castelo de ângulos diferenciados.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

Se puder e quiser, alugue um barco a remo para chegar mais próximo dele e deslizar pela água sob as arcadas. Leve seu almoço pronto e faça um piquenique neste cenário de sonhos! Os ingressos para o castelo custam 14 euros – ou 18 com audioguia – e podem ser adquiridos na hora ou com antecedência, por meio da bilheteria online. O Château de Chenonceau abre todos os dias do ano, sempre às 9h30.

Já o horário de fechamento muda conforme a época do ano: às 17h de 14 de novembro a 21 de fevereiro; às 17h30 de 22 de fevereiro a 25 de março; às 18h de 2 a 13 de novembro; às 18h30 de 1º de outubro a 1º de novembro; às 19h de 26 de março a 31 de maio; às 19h30 de 1º a 30 de junho e de 1º a 30 de setembro; e às 20h de 1º de julho a 31 de agosto. Depois do passeio, é só retornar a Tours – seja de carro ou de trem. Aproveite o fim da tarde para visitar a imponente catedral da cidade.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar


Roteiro pelos castelos do Vale do Loire – Dia 2: Chambord e Cheverny

No segundo dia de roteiro pelos castelos do Vale do Loire, sugerimos que você visite o Château de Chambord, o maior e um dos mais populares castelos do Vale do Loire. Se estiver com um carro alugado, é só setar o castelo no GPS para percorrer os 80 quilômetros de distância que o separam de Tours. Se não, precisa pegar primeiro um trem até a cidade de Blois. A viagem dura cerca de 30 minutos e custa 11,20 euros o trecho.

Uma vez na estação ferroviária de Blois, procure pela sinalização de parada da Navette Route 41, que parte do lado de fora. Esta rota de ônibus tem saídas em direção a Chambord às 9h30 e 11h30 (retorno às 14h05, 15h45 e 18h05). Mas atenção, porque este coletivo só opera de 1º de abril a 5 de novembro e apenas nas quartas, finais de semana, feriados ou durante as férias escolares francesas. Nos outros dias e meses do ano, a opção é buscar pela linha regular de ônibus número 2.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

Parece muito trabalho para um único ponto turístico, mas assim que colocar os olhos em Chambord você vai ter certeza de que valeu a pena. A ideia original era que o prédio serviria apenas como pavilhão de caça para o Rei Francisco I, que dividia sua residência entre os vizinhos chateaux de Blois e Amboise. Mas o projeto foi alterado consideravelmente ao longo dos quase 20 anos que levaram sua construção (1519-1547), e o resultado acabou surpreendendo a todos, até mesmo o rei.

O châteaux ficou tão magnífico que ele convidou seu maior inimigo, o Imperador Carlos V, para visitá-lo e, assim, demonstrar toda sua riqueza e poder. Chambord é um castelo único no mundo devido à mistura de arquitetura em estilo renascentista francês com elementos medievais – como o fosso, por exemplo – e estruturas clássicas italianas. O projeto original da construção é atribuído a Domenico da Cortona.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

Mas teorias recentes sugerem que Leonardo da Vinci pode ter se envolvido na sua criação. O gênio italiano era amante de Francisco I e vivia muito perto de Chambord, no Château du Clos Lucé. As suspeitas surgiram principalmente a partir da impressionante escadaria em dupla-hélice, que é a peça central do palácio. As duas hélices dão acesso aos três andares sem nunca se encontrarem, iluminadas por uma espécie de farol no ponto mais alto do edifício.

Em formato de fortaleza, Chambord é cercado por muralhas e quatro torres que abrigam 440 salas, 365 lareiras e 84 escadarias. O castelo é constituído ainda por uma fachada de 128 metros, mais de 800 colunas esculpidas e um telhado elaboradamente decorado. O telhado de Chambord – que você pode visitar – é outro traço da construção que tem sido atribuído a Leonardo da Vinci.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

Nele, 11 tipos de torres e três tipos de chaminés sem simetria lembram o ‘skyline’ de uma cidade, atendendo ao desejo de Francisco I para que a construção se parecesse com a silhueta da antiga Constantinopla – hoje, Istambul. Cercando todo o impressionante conjunto, há um jardim formal francês e um canal. A visitação pode ser feita todos os dias, das 9h às 18h de 1º de abril a 31 de outubro; e das 9h às 17h de 1º de novembro a 30 de março.

Os ingressos custam 13 euros, sendo que menores de 18 anos não pagam (para mais informações, acesse o site oficial). Depois de encerrada a visitação, se você estiver de carro, é só reprogramar o GPS para percorrer os 20 quilômetros que o separam do segundo château do dia: Cheverny. Se não estiver de carro, precisa ficar de olho no relógio, pois sua única chance de fazer essa visita é pegando a navette 41 que passa em Chambord às 12h10 e segue de lá para Cheverny.

Os ingressos custam 13 euros, sendo que menores de 18 anos não pagam. Depois de encerrada a visitação, se você estiver de carro, é só reprogramar o GPS para percorrer os 20 quilômetros que o separam do segundo château do dia: Cheverny. Se não estiver de carro, precisa ficar de olho no relógio, pois sua única chance de fazer essa visita é pegando a navette 41 que passa em Chambord às 12h10 e segue de lá para Cheverny.

Embora não seja majestoso, nem tenha sido habitado por reis e rainhas com outros casrelos próximos, o Château de Cheverny tem a seu favor outro aliado famoso: o personagem de histórias em quadrinhos Tintim. Foi neste palácio que o desenhista belga Hergé se inspirou para criar o Château de Moulinsart, onde vive o personagem quando não está em uma de suas aventuras pelo mundo.

Além disso, Cheverny é uma fofura, mais lembrando uma casa de bonecas do que um palácio de verdade. Ele foi construído em 1630 em estilo clássico e aberto ao público em 1914. A família proprietária, os marqueses de Vibraye, ainda vive no château. Você pode visitar tanto o interior do palácio quanto o parque e jardins que o cercam. Nas salas que estão abertas ao público, é possível admirar os belíssimos e muito bem conservados mobiliário e decoração do século XVII.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

Do lado de fora, a grande atração são os canis. Cheverny é uma propriedade onde se pratica a caça com cães, e uma matilha com nada menos do que 50 animais é criada no local. Quem quiser pode vê-los sendo alimentados – às 11h30 em qualquer dia de 1º de abril a 14 de setembro; e nas segundas, quartas, quintas e sextas de 15 de setembro a 31 de março. Falando em horários, o château abre todos os dias do ano.

O horário é das 10h às 17h de 1º de novembro até 31 de março; e das 9h15 às 18h30 de 1º de abril a 31 de outubro. Os ingressos custam 11,50 euros. Barcos e carros elétricos estão disponíveis para aluguel por preços adicionais. Visitas guiadas são oferecidas em dias alternados do mês pela taxa extra de 4 euros (veja o calendário). Por fim, é só dirigir de volta a Tours ou pegar a navette que te levará novamente à estação de trem de Blois – os horários de retorno são 14h30, 16h10 e 18h30.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar


Roteiro pelos castelos do Vale do Loire – Dia 3: Amboise e Clos Lucé

No terceiro dia de roteiro pelos castelos do Vale do Loire, sugerimos que você visite dois chateaux que ficam na mesma cidade: Amboise e Clos Lucé. Ambos estão localizados em Amboise, a 25 quilômetros de Tours, uma viagem super rápida para quem está de carro alugado. Quem não está deve pegar um trem regional até a estação da cidade, que fica a 20 minutos de caminhada do centro, onde estão os castelos. A viagem dura 25 minutos e custa 5,70 euros o trecho.

Mesmo não sendo tão imponente quanto Chambord, nem tão romântico quanto Chenonceau, o Castelo Real de Amboise é um dos mais interessantes de se visitar. Estrategicamente posicionado do outro lado do rio, o edifício erguido no século XI chegou às mãos da Coroa Francesa em 1434, tendo sido escolhido como uma das residências dos monarcas na região. O castelo passou por muitas ampliações e melhorias, tendo atingido seu auge sob Francisco I.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

O estilo gótico domina o edifício, com destaque para a ala Carlos VIII, que compreende os alojamentos do rei e da rainha; e a capela de Saint-Hubert. É nela que está enterrado o gênio italiano Leonardo da Vinci, amante de Francisco I e que viveu até a morte no vizinho Château du Clos Lucé – é claro que este será o segundo castelo que você vai conhecer na cidade. Amboise abre para visitação todos os dias da semana.

O horário é  das 9h às 12h30 e das 14h às 16h45 em janeiro, dezembro e segunda quinzena de novembro; das 9h às 12h30 e das 13h30 às 17h em fevereiro; das 9h às 17h30 em março e na primeira quinzena de novembro; das 9h às 18h30 em abril, maio e junho; das 9h às 19h em julho e agosto; das 9h às 18h em setembro e outubro. Os ingressos custam 11,70 euros e podem ser comprados na hora ou com antecedência no site oficial.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

Quando sair de Amboise, basta tomar a esquerda e seguir por 600 metros pela Rue Victor Hugo. Não se espante em não enxergar um castelo de grandes dimensões como todos os outros até aqui. Apesar de também ser chamado de ‘château’, Clos Lucé é na verdade um solar construído em meados do século XV e comprado em 1490 pelo rei Carlos VIII para a sua esposa, Ana da Bretanha. Em 1516, quando Francisco I convidou Leonardo da Vinci para visitá-lo em Amboise.

O pintor e inventor hospedou-se no Clos Lucé para que lá pudesse seguir com seus trabalhos. Com ele, estava nada menos do que a Mona Lisa, que desde então nunca mais saiu do território francês e hoje é exposta no Museu do Louvre, em Paris. Leonardo viveu no Clos Lucé até sua morte, em 1519. Diz-se que o solar está ligado por uma passagem subterrânea ao Château de Amboise, para permitir que o rei e o gênio italiano pudessem se encontrar longe dos olhares da corte.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

Além do interior da casa, cujo mobiliário e decoração da época foram preservados, também é possível passear pelo amplo e verde parque que a circunda e onde estão espalhados alguns modelos de maquinas desenhadas por Da Vinci. É diversão certa para a criançada. Os ingressos custam 16 euros de 1º de março a 15 de novembro, e 13,50 de 16 de novembro a 28 de fevereiro. Eles podem ser comprados na hora ou com antecedência no site oficial.

O solar pode ser visitado qualquer dia da semana das 10h às 18h em janeiro, das 9h às 19h de fevereiro a junho e também em setembro e outubro; das 9h às 20h em julho e agosto; e das 9h às 18h em novembro e dezembro. Ao fim das duas visitas, você pode dar ainda um pequeno passeio a pé pelo centro charmoso de Amboise e escolher um café para tomar um bom vinho francês. Depois, é só retornar a Tours, seja de carro ou trem, para encerrar o roteiro pelos castelos do Vale do Loire.

Foto: Ticiana Giehl e Marquinhos Pereira/Escolha Viajar

*** O Escolha Viajar esteve no Vale do Loire em agosto de 2015 ***

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